Marcos Pereira

FILHOS DA INCONSEQUÊNCIA

Chegamos em pleno século XXI e ainda não conseguimos equilibrar responsabilidade e sensatez dos nossos atos. Não há dúvidas de que somos expostos ao longo da vida à inúmeras situações sobre as quais não temos controle, mas ter filhos não é uma delas.

Não podemos esquecer que a cada ato praticado por nós adultos nos tornamos responsáveis pelas consequências. Vidas humanas estão sendo trazidas ao mundo sem que tenham sido planejadas, queridas ou desejadas.

Sabemos que apesar de sermos animais racionais, ainda continuamos praticando atos em nome de uma soberania machista; soberania esta decorrente de uma sociedade que dita que os machos são os possuidores de todos os corpos disponíveis para seu bel-prazer. Assim, desenvolvemos a prática do entrelace dos gêneros, onde a contagem principal é a quantidade e não o sentimento.

Em nome desta prática nos deparamos com várias performances – sobrevivência, luxúria e liberdade – esquecendo que somos responsáveis pelos atos praticados. É em nome destas consequências, a qual chamo de pura confusão da interpretação “liberdade com libertinagem”, é que nos deparamos com orfanatos cheios de seres inocentes, frutos desses atos inconsequentes.

Nas ruas, vemos crianças esmolando, mulheres expostas a atos clandestinos de abortos, mães com dupla responsabilidade e crianças sem nenhuma identidade, mas tudo em nome de uma sociedade crítica e machista que revela o seu preconceito por aqueles que são considerados os filhos da inconsequência.

Este triste resultado é derivado de uma ausência de política pública e de projetos sociais que amparem e orientem a população. Não podemos concordar com a não permanência de uma disciplina escolar voltada para elucidação e prevenção dos jovens que serão os futuros pais da nação. Por este motivo é que devemos clamar por todo e qualquer esclarecimento que é pertinente a palavra conhecimento, pois nela está inserido todo discernimento de nossos atos.

Marcos Pereira

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