Altamir Lopes

Em casa ou na empresa…você anda armado?

Por conta desse título, as prováveis respostas – com toda literalidade provocada – seriam:

  • SIM, CLARO
  • NÃO, MAS BEM QUE EU GOSTARIA
  • JAMAIS EU ANDARIA ARMADO

Outrossim, independentemente do seu literal potencial bélico latente ou do seu asco a qualquer tipo de mecanismo detonador de pólvora, não importa qual foi a sua resposta, eu arrisco um tiro no escuro:  Você anda armado. E mais do que imagina.

“Eu? Nunca!”  – Interrogas e exclamas agora.

Sim, você. Eu, tu, ele, nós, vós, eles. Todos. Todos nós temos um potencial de destruição pronto para deflagar guerra. E na ponta desse arsenal está o órgão mais indisciplinado ( ou pelo menos, articulador e reprodutor das nossas intenções ): A nossa língua. Sim, todo mundo anda armado. Só que muitos não se dão conta disso. Outros vivem para isso e por isso.

Usada tanto pra atacar quanto para se defender, esse músculo indisciplinado que mais parece funcionar involuntariamente do que quando a gente realmente precisa ( ou deveríamos usar ) está mortalmente afiado e pronto tanto para matar quanto para reanimar.

Hoje, em função do avanço tecnológico, nosso poder de comunicação foi potencializado de uma maneira tão radical que as línguas já não passaram tão somente da boca, mas ganharam e ganham rapidamente o mundo. Literalmente, colocamos a boca no mundo. Envenenamos e somos envenenados. Que arma!

Voltando aos revólveres, pistolas e afins: Quando alguém possui uma arma de fogo, em geral tal pessoa se preocupa em cuidar para que este instruments mantenha-se inacessível a outras pessoas. Inclusive até o próprio dono precisa tomar cuidado pois numa situação de intemperança o mesmo poderia fazer uso da máquina mortífera de uma forma que se arrependeria fatalmente.

Concordemente e, por outro lado, temos a nossa disposição o chicote do corpo que chibateia até quando estamos dormindo ( quem nunca falou enquanto dormia?) e acabamos por disparar descontroladamente farpas, centelhas, dardos e projéteis para todo lado, inclusive em quem não merece ouvir certas coisas… e baleamos até a gente mesmo. Deveríamos aprender a deixar bem guardada essa perigosa e letal arma…

Assim, esse texto é pura reflexão, não sobre porte/posse de armas ou se o cidadão deve ou não andar armado com elas. Não.

A reflexão é sobre como estamos usando uma de nossas principais linhas de defesa e ataque. A nossa língua, a nossa capacidade de falar e se comunicar.

Costuma colocar pra fora tudo o que tem que falar sem dó nem piedade? É só lembrar que tiro que vai, é tiro que vem. O tiroteio começa onde tem gente com disposição e munição para gastar. E olha que tem calibre de tudo que é tamanho. Cuidado: Existem línguas que não cabem na boca mas servem pra enrolar no pescoço – do próprio dono ou do seu oponente, digo, interlocutor.

Em casa ou no trabalho. Saiba usar a munição certa. E dê o tiro certeiro, atingindo problemas, não pessoas. Com o tempo, verá também que muitas vezes é melhor deixar sua arma quietinha no coldre bucal. E em boca fechada não entra mosca.

Acerte na mosca. Repito: às vezes, quando estamos calados, somos verdadeiros poetas.

Mas se tiver que atirar, que seja pra matar o egoísmo, a ganância, o ódio e especialmente, a conversa fiada. Ao invés de armado, há mais chances de ser AMADO.

Mostrar mais

Altamir Lopes

- Graduado em Gestão de Negócios, MBA em Gestão de Recursos Humanos, Orientador Educacional e de Carreira, Licenciando em Pedagogia e Pós-graduando em Neuropsicopedagogia. - Desenhista, formado pelo SENAC RJ. - Terapeuta Integrativo, Formado em Reflexoterapia, Quiropraxia e outras técnicas holísticas. - Palestrante, Instrutor de cursos gerenciais e Técnicos. - Mas acima de tudo, um servo do Deus vivente Jeová, Pai, marido e ser humano reflexivo. Na coluna que leva o meu nome, vamos nos encontrar para refletir sobre a arte da gestão de pessoas e relacionamentos. Nos meus textos, pretendo levantar questões e reflexões sobre a sociedade humana e seus meandros paradoxais e especialmente, a relação que cada um tem consigo mesmo por meio de textos em verso, prosa, crônicas, contos etc. E também publicarei na coluna RH - Resultados Humanos, artigos que tratam dos Resultados da ação Humana na História. Entrevistas com pessoas que fizeram acontecer e reflexões profundas também farão parte dessa coluna. De vez em quando, em quaisquer dessas colunas, vou publicar uma charge ou caricatura autoral...Espero que gostem.

Artigos relacionados

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo