João Rodrigues
Efemeridade
tantas vozes gritaram
e já emudeceram
tantos olhos choraram
e as lágrimas secaram
quantos corpos unidos
já se separaram
quantos sonhos nasceram
e por fim morreram
quantas águas rolaram
por baixo da ponte
e agora, na ponte,
só lhe resta o leito
quanto amor vivido
numa mocidade
e agora é saudade
que mora no peito
tudo é tão efêmero
nesta vida breve
feito a bruma leve
assim somos nós
cercado de vidas
brincamos, vivemos…
quando percebemos
já estamos sós.
João Rodrigues
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