Fora da caixinha
Onde?
Onde ela pode sossegar?
Em casa?
Não!
No ônibus?
Não!
Ela não tem como aquietar o coração!
Em praça pública
Ou na praça de alimentação
Onde ela pode se soltar?
Na balada?
Não!
É assediada
E ainda ouve que provocou a situação
Onde ela consegue ter segurança?
Nos templos religiosos?
Não!
Lá também tem marcas dolorosas
Onde ela pode gritar?
No tribunal?
Não
Conduta sempre questionável
Duvidosa
Refutável
Nitidamente, é mentirosa!
Onde ela pede ajuda?
Onde tem quem a acuda?
Quando?
Onde?
Nunca!
É calar e secar então??
É morrer todo diariamente uma de nós?
Não!
Engole choro, perde a voz
Não!
Mais uma se foi
E o motivo?
Nasceu menina,
É mulher!
Choro preso, peito dilacerado
Sem poder dizer não, sequer!
Silenciadas
Diminuídas
Brutalmente violadas
Agredidas
E quando ao dar um basta
A vida escorre
Socorro!
A gente tá gritando
Socorro!
Estão nos matando
Socorro!
Estamos sufocando
Socorro
Não aguentamos mais!
Socorro, pedimos, por favor!
Nos deixem viver em paz!!!
Por Kathlyn Almeida