Josilene Pessoa

Diário de um espectro chamado mãe – A cortesia

A cortesia

Era um dia de semana comum e decidimos almoçar fora. Pegamos o Yan na escola e partimos para o shopping. Escolhemos um restaurante que tinha um espaço kids para distrair o pequeno.

O garçom veio e logo o Yan disse: Moço eu vou querer macarrão! Levantando a mão para ele. Eu nem sabia se tinha macarrão no cardápio mas tinha e assim pedimos. Depois do cadastro no espaço kids ele foi brincar.

Após fazermos o nosso pedido acabamos puxando assunto com o garçom sobre o jeitinho despojado do pequeno que com apenas 6 anos já marca presença onde chega e faz questão de falar com todos. O garçom nos sinalizou que havia percebido o “diferencial” do Yan logo de primeira e por isso havia pedido uma cortesia para nós em relação ao espaço kids que seria pago na saída. Aproveitou para confessar que teve um enteado autista cujo relacionamento com menino era bem afetuoso, embora não estivessem mais juntos. Achei bacana a abertura sobre o assunto e a sensibilidade ao notar o que alguns especialistas diriam nem passar perto.

Há quem diga que este garçom correu um grande risco de um equívoco podendo se deparar com uma família negacionista em relação ao autismo ou que talvez nem soubesse do laudo. Ou que, de fato a criança não tivesse tal diagnóstico. Acredito que a certeza com a qual ele nos abordou com o tema era tamanha que ele não teve medo do erro. E assim foi. Confirmamos a informação e ainda trocamos experiências enquanto ele servia uma mesa e outra.

Antes de pedirmos a conta, agradecemos a gentileza sem nos sentirmos ofendidos, afinal, autismo não é ofensa.

Josileine Pessoa F Gonçalves

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Josileine Pessoa F. Gonçalves

Nascida no município de Niterói – RJ, Moradora de São Gonçalo, onde tambem cursei a maior parte dos estudos no Colegio Estadual Nilo Peçanha. Formada em Letras/Port. – Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Trabalho na área da educação e ensino de inglês. Atualmente ministrando aulas de Produção Textua na rede particular de ensino e aulas de inglês online. Faço parte do Coletivo de Escritoras Vivas de São Gonçalo desde o segundo semestre de 2022 e sou membro da União Brasileira de Trovadores, a UBT São Gonçalo, desde Janeiro de 2023. Colunista da Revista Entre Poetas e Poesias, além da coluna com textos variados, ofereço aos leitores minha "escrevivencia" atípica na Série "Diário de um espectro chamado mãe, onde é possível encontrar textos diversos dentro do universo autista. Sou casada, mãe de dois filhos autistas, poeta, escritora e trovadora sempre gostei de compor e escrever sobre vida e sociedade. Inclusive com composições, paródias e versões para uso educacional. 

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Um Comentário

  1. Sentir acolhimento em um espaço é direito de todos. Que bom que sentiu esse conforto através da sensibilidade e olhar do garçom.

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