Como um vendaval que avança na frente quente
Levando os destroços que existirem no caminho
Vomito meus pensamentos para continuar existindo
Usando todo tipo de desastre artístico que me vem à mente
Dizem que quanto mais destrutiva, mais ela é rápida,
Não encontro comparação do meu penar às tempestades
Mas mergulho no meu oceano buscando amizade
Com qualquer um que venha à minha vida trazer a lástima
De todos os horrores que nessa existência já senti
Não tenho discernimento para escolher o mais hostil
Minha maior raiva é encontrar pedras até no macio
Que seria a única parte de alívio ao ser humano oferecido
Juro que é gostoso quando a felicidade chega
Da ansiedade não há tempo nem pra saudades
E haja turbilhão de ossos que meu corpo invade
Até eu aprender a transformar faca em seda
Ouso usar codinome pra mostrar o interior
Me nomeio de duas formas pra achar a realidade
Há suspiros seculares de minha espiritualidade
De onde para sair eu uso todo o meu fervor
Jogada a um mundo para a própria evolução
Já me questionei sobre esse ego alimentado
Se ser todo mundo já penso ser o maior marasmo
Pra no fim só se aprender ouvindo o som da solidão
Faço o possível pra manter a esperança alheia
Às vezes só esqueço da alimentação que me pertence
“Só serve pra viver, quem vive pra servir” diz-me o crente
Que empurra a pedra todo dia subindo a ladeira
Não entendo o mundo, mas não sei se gostaria
Os segredos mais perversos ficam bem escondidos
Mas se um dia acontecer, espero dar um sorriso
De ter quebrado a cara por termer a alegria
Fonte da foto destacada: autoral


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