As manhãs, tardes e noites se tornaram um eterno rolar de storys do Instagram. Não digo que não possuo essa conduta, porque faço isso diariamente. Apesar de separar um momento do dia para a leitura – e leio diariamente, manhã, tarde e noite – não posso negar que rolo o feed das redes sociais e os storys do Instagram de maneira compulsiva. É o novo vício da atual geração que também faço parte!
Em uma manhã qualquer, fazendo chuva ou sol, rolamos infinitamente esse microcosmos que é a rede social – Facebook ou Instagram (qualquer uma, desde que possamos olhar a vida alheia e nos invejarmos de algo aparente – mas apenas isso – que não nos pertence). O tempo se torna efêmero, não mais sagrado. O momento do café da manhã em família, com o aroma de café recém passado e pão na chapa fresco e ainda quente, idem. E os aniversários? Ninguém presta mais atenção, pois estão publicando que lá estão em suas redes sociais. As conversas em família, também, perdem espaço para o uso compulsivo do telefone: ao invés de dialogarem, estão cada um (avós, pais e filhos) em seus Smartphones. Ou seja: perdem esses momentos o seu quê de sacrossanto, dando espaço à perda dos segundos, minutos, horas e, finalmente, dos dias. Perdemos os melhores momentos da vida observando os storys dos outros (seja de famosos ou de conhecidos). Mas, com a vida cada vez mais corrida, garrida e complicada, o que há de mais em vez ou outra (transformando-se às vezes em sempre) dar uma espiada na vida alheia? Antigamente também não fazíamos isso? A diferença é que agora as pessoas expõem suas vidas, não precisamos ir atrás para sabermos desta, pois está tudinho no Instagram e no Facebook. Tínhamos menos formas de passar o tempo, agora temos mais maneiras de perdê-lo.
Percebo que já são 11h, meu Deus! Perdi (não apenas eu, mas você também) todo esse tempo nas redes sociais e nem sequer me dei conta das horas voando rapidamente como um gavião faminto à procura de comida (só que o nosso alimento, nesse caso, é espreitar a vida alheia)! Precisamos voltar aos afazeres diários. A Geração Z perdeu o que tem de mais precioso rolando o feed: o tempo. Aliás, este não volta mais. Perde-se e não pode ser retomado, pois passa rápido e não se recupera. A manhã passou, sobrou a tarde (que também passará como uma aeronave da aeronáutica) e a noite não veremos – seja porque observaremos os storys das celebridades e dos conhecidos, acompanhando a vida deles (todavia, deixando a nossa de lado e, consequentemente, os nossos dias), ou porque dormiremos com o celular ao lado, perdendo mais um dia.
O tempo não para e nem volta. Possuo agora menos tempo para leitura. Resumindo: gastei meu tempo (e incluo o leitor nisso) cuidando mais da vida alheia nos storys e no feed do Instagram do que de minha própria. Eita, vício maldito!


Deixe um comentário