Há pesquisadoras que seguem os arquivos. Outras, como Lara Cristina Veiga Bernardo, caminham entre documentos e narrativas com a elegância de quem sabe que a História também pulsa nos romances, nos personagens, nas ficções que, em algum ponto, espelham a verdade. Doutoranda e Mestra em História Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Lara faz de sua trajetória acadêmica um campo fértil de cruzamentos entre literatura, política e crítica social.

Licenciada em História e atualmente bolsista CAPES, Lara não apenas lê o século XIX francês — ela o interroga. Vasculha as entranhas da pobreza industrial, das revoluções populares e dos afetos atravessados pelo tempo. Sua tese de doutorado, em andamento, é um mergulho profundo no que ela chama de “projeto de futuro no romantismo”, a partir da obra de Victor Hugo e George Sand, dois autores que, apesar da distância do tempo, ainda inspiram reflexões sobre justiça, esperança e transformação.

História, Literatura e Luta Social — Uma pesquisa entre mundos

No centro do trabalho de Lara está a convicção de que a literatura é uma forma legítima de se fazer História. Mais do que fonte ou ilustração, os romances que analisa carregam em si as contradições, os sonhos e os conflitos de sua época.

Em sua pesquisa atual, Lara analisa duas obras monumentais:

• “Les Misérables”, de Victor Hugo
• “Germinal”, de Émile Zola

Ambas se debruçam sobre a pobreza urbana e industrial da França do século XIX, mas com linguagens e visões de mundo contrastantes.

Hugo, com sua estética romântica, propõe uma leitura idealizada da miséria, com personagens atravessados por fortes dilemas morais e uma religiosidade redentora. Sua utopia de futuro beira um paraíso cristão, onde o perdão, o amor e a justiça se entrelaçam num tecido de fé e esperança.

Zola, por outro lado, escreve com o rigor do cientista. Em Germinal, expõe com crueza a vida dos trabalhadores das minas de carvão, narrando a brutalidade da exploração e os germes da revolta. Não há salvação divina: o futuro aqui é construído com sangue, greve e consciência de classe.

O que move sua pesquisa

Lara se especializou em História Contemporânea, com ênfase nos entrelaçamentos entre História e Literatura, História Social e Pedagogia Social. Seus principais focos são as obras de Victor Hugo, George Sand e Émile Zola, autores que exploram o humano sob diferentes perspectivas: ora idealista, ora realista, mas sempre crítica.

Ao longo de sua trajetória acadêmica, Lara produziu monografia, dissertação e artigos acadêmicos com esse olhar singular, que enxerga na ficção a potência de compreender as transformações do mundo — e de pensá-lo a partir de outros futuros possíveis.

Formação acadêmica e atuação

Doutoranda em História Social (UERJ – PPGHS)
Mestre em História Social (UERJ – PPGHS)
Licenciada em História (UERJ)
Pesquisadora bolsista CAPES

Lara tem atuado em projetos de pesquisa, produção científica e seminários que cruzam saberes acadêmicos com a dimensão humana das narrativas. Sua escrita, seja nos trabalhos acadêmicos ou nas intervenções sociais, carrega a marca de uma pesquisadora comprometida com o conhecimento e com a transformação social.

Presença acadêmica e redes

Você pode acompanhar o trabalho de Lara pelas redes sociais e entrar em contato para convites, palestras, eventos ou colaborações em projetos interdisciplinares.

Instagram: @lara.bernardo1