Tenho medo é da própria vida
Me arrisco
Como ato de coragem
Já avisando que o agora
Não passa de uma miragem
Subir no palco da vida
Me dá medo
Medo do que vai vir pela frente
Medo de parecer incoerente
Medo de me tornar indiferente
Queria que todos pudessem ver
Os retalhos das poesias
que deixo de escrever
Pois tenho medo
do julgamento
do constrangimento
do descontentamento
Meus versos soterrados
E outros amarrados com cadeado
Não solto pois sou covarde
Imagina se alguém descobrir
Que a felicidade estampada no meu rosto
É só uma máscara prestes a cair
Sei que cada um enxerga o que quer
Mas vocês precisam saber da verdade
No fundo sou só uma mulher negra
em busca de liberdade
Correndo desesperadamente
da aprovação da sociedade
Queria que meu medo fosse embora
E eu contasse o resto
dessa história
Mas vou saindo
De fininho e bem quieta
Deixando essa poesia
Como uma ferida
Que ainda está entreaberta.
Poesia autoral: Laryssa da Motta


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