Giovanna Bayona

Sob a pressão invisível.

Quanto mais o tempo passa, mas nós seres humanos buscamos a perfeição, seja nas coisas que fazemos ou no nosso comportamento, e sim sabemos que essa perfeição toda é impossível de se conseguir mas, ainda sim entramos numa busca incansável atrás dela e muitas das vezes essa busca é invisível. Sabe, a gente nem percebe que buscamos, porém isso fica claro quando enxergamos as validações que criamos para nós mesmos, é aqueles objetivos e desafios que você quer fazer, porém se uma vírgula não sair do jeito que queria, pronto, você elimina todo o valor e aprendizado daquele feito.

Isso tudo cria uma pressão dentro da gente, uma pressão invisível, mas essa pressão associada a uma falta de autoestima, e conhecimento de si próprio cria alguns maus hábitos, tipo começar algo e nunca finalizar, fazer de um erro maior do que realmente foi, criar vícios porque apesar de ruins são sua zona de conforto, afinal nesse lugar ninguém espera nada de você, e esse sentir de não esperar nada é mais confortante do que ter o sentimento que as pessoas apostam muito em você. A pressão de não errar é muitas vezes nossa maior inimiga. É como numa partida de futebol, o jogador já acertou um pênalti, ele precisa acertar mais um pra ganhar o jogo e campeonato, aquele jogador está numa imensa pressão, tão perto da vitória e tão perto do erro que custará a partida.

Esses maus hábitos acabam se tornando gigantes depois de um tempo, e a pressão também se torna maior, pois esses hábitos levam a gente pra estagnação em algum momento, e o fator tempo tira a invisibilidade da pressão, ela diz “oi” e a gente se desespera de ver tanto acumulo de energia, entra no primeiro labirinto que vê pra tentar achar a saída em caminhos confusos, onde gastamos muito combustível pra achar a porta, pressionados a não errar, porque o tempo já não nos oferece mais esse luxo. Tudo isso nos pressiona, porém raramente alguém vai saber que você está passando por isso, porque escondemos muito bem, tanto que muitas vezes escondemos de nós mesmos, afinal, vulnerabilidade não combina com nosso ideal de perfeição imperfeito.

Queria dizer aqui que eu conheço uma forma fácil de se livrar de tanta pressão, de se livrar da validação das pessoas e das que a gente mesmo cria, queria dizer que eu conheço algum jeito de tornar tudo isso mais leve, porém iria ser uma grande mentira. Ainda estou no processo de tentar equilibrar, que sou uma pessoa errante e que isso é normal, com fato de que também faço acertos e tenho meus progressos, mas é difícil, na minha cabeça estou tão condicionada a errar que muitas vezes nem tento, ou inverto todo o significado de algum reconhecimento ou elogio que recebo. Nesse ano fiz um combinado comigo mesma de não encucar, de me dar o direito de errar sem culpa, mas principalmente, o direito de acertar por mim e para mim, de finalizar algo mesmo não “estando” bom. De me dar o direito de ser leve, que o respirar fundo meu possa se tornar símbolo de relaxamento e não esgotamento mental.

Estou conseguindo? Não sei, prefiro afirmar que sim, mesmo com a Giovanna perfeccionista gritando dentro de mim, prefiro ir contra ela, afinal ser perfeita é reconhecer nossas imperfeições e evoluir no que puder e errar muito faz parte desse processo. Que vocês possam fazer suas escolhas sem se pressionar tanto, espero que vocês busquem a leveza de ser reais, ao invés de serem perfeitos.

 

Meu instagram: @giovanna.bayona

Fontes: 

Imagem destacada e imagem interna – Foto de Monstera no Pexels – https://www.pexels.com/pt-br/foto/uma-mulher-aflita-segurando-seus-oculos-9480278/

 

 

 

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Giovanna Bayona

Giovanna Bayona escreve desde dos 16 anos para se encontrar e entender seus sentimentos, porém só com 22 anos se reconheceu como escritora e começou a divulgar suas crônicas e algumas poesias nas redes sociais, o que abriu portas para alguns projetos literários como a participação no quadro Saideira (2020) e no Sarau das Mulheres (2021) ambos no Canal Literaweb no Youtube. Possui participações em duas antologias da Editora Psiu e também participou da primeira edição da Coletânea Palavra em Ação da Editora Jornal Alecrim (2021). Agora também colunista da Revista Entre Poetas & Poesias pretende continuar expandindo sua escrita para todos que assim com ela são apaixonados por palavras.

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