Elias Antunes

FLAUTA ANDARILHA, DE A. G. RAMOS JUBÉ

FLAUTA ANDARILHA, DE A. G. RAMOS JUBÉ

 

Por Elias Antunes

 

  1. G. Ramos jubé, poeta de profundo talento, nasceu há cerca de um século e, desde moço, demonstrou grande dom para a poesia, para a literatura e para o Direito.

Como diversos escritores da primeira metade do século passado e, como as opções eram poucas, geralmente quem tinha pendores literários ia para o Direito.

Em “Flauta andarilha” a busca do verso perfeito, do sentido que mais tem afinidade com o dizer da poesia, A. G. Ramos Jubé consegue produzir efeitos muito líricos e filosóficos.

 

“Há que dizer uma palavra

e não posso.

Há que dizer o desejo

que todos sentem

de ser feliz.”

 

(JUBÉ, 1984, p. 13)

 

Ou nos comoventes versos do poema “Adeus, fevereiro”:

 

“Adeus, fevereiro!

E os fantasmas germinados no tinteiro,

as suas estrelas frias,

suas passageiras alegrias.”

 

(JUBÉ, 1984, p. 22)

Essa voz provinda de um passado cheio de aspectos fortes e delicados ao mesmo tempo, colocam a poesia de A. G. Ramos Jubé entre as boas leituras poéticas.

Necessário ler os poetas atuais, principalmente aqueles que apresentam a poesia como mergulho de profundidade, mas resgatar os bons poetas também é fundamental.

 

Fonte da imagem: Foto do autor.

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Elias Antunes

Filho de um dos trabalhadores pioneiros que construíram Brasília, Elias Antunes nasceu em Goiânia, em 1964. Trabalhou como servente de pedreiro, vendedor ambulante, contínuo. Depois, entrou na Secretaria de Segurança de Goiás, por concurso. Bacharel em Direito, UCG, Mestrado (incompleto) em Teoria Literária, UnB. Em 1993, por concurso, entrou no Tribunal de Justiça do DF, passando a morar no Distrito Federal. Concomitantemente, foi professor do ensino médio e universitário de História da Filosofia, de Redação, de Direito e Legislação e de Teoria Literária. Seu livro de poemas “Chamados da Chuva e da Memória” ganhou o prêmio da Funarte de Criação Literária e o prêmio “il convívio”, na Itália (1º lugar). Seu romance “Suposta biografia do poeta da morte”, ganhou os prêmios: Hugo de Carvalho Ramos, 2008 (1º lugar), Prêmio Jabuti, 2011 (finalista), prêmio “il convívio”, na Itália (1º lugar). Tem 20 livros publicados e ganhou mais de 300 (trezentos) prêmios. Participa de mais de 100 antologias e obras coletivas no Brasil e no exterior. Cocriador das revistas O artesão, Rotina, Flor & sol e Linhas & Letras e dos jornais Tempoesia, Jornal de Poesia e Artefatos. Tem poemas traduzidos para os idiomas: espanhol, francês, inglês, esperanto, galego, romeno, italiano, catalão, alemão, sueco, russo e hindi. Com publicações nos países: Rússia, Itália, Argentina, Portugal, França, Estados Unidos, Espanha, Romênia, México, Suécia, Vietnã, Índia e Venezuela.

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