Romeu e Julieta estão namorando há seis meses ininterruptos, o que é um grande feito no século XXI. Nessa sexta-feira, Romeu estava saindo do trabalho e avisou Julieta que iria para o futebol com os amigos. Mentira deslavada, pois iria ao bar beber. Porém, a moça, com falsa ingenuidade, também disse que sairia com as amigas para tomar um café após o expediente.
“Olha, olha” – pensou Romeu, um pouco desconfiado. Mas, se ela confia nele, está tudo certo! O que não pode acontecer é acender nela um alerta vermelho de desconfiança. O rapaz, crendo ser astucioso o bastante, foi ao bar tomar uns goles de chopp.
Chegando ao botequim, ele pediu um chopp bem gelado. Sorvia a bebida com prazer. Assim como o verão estava matando o rapaz, ele matava a primeira caneca. O local tinha umas dançarinas sensuais e atraentes, usando máscaras. Lá estavam para encantar os clientes.
Romeu, após cinco canecas de quinhentos mililitros, começou a ficar animado. Viu uma dançarina que achou belíssima. Os homens a disputavam, como numa guerra, para conquistá-la. Como Romeu já estava para lá de Bagdá, decidiu retirar um paçoco de R$500,00 e chamá-la para que pudessem dançar.
Após dançarem bastante, o rapaz percebeu que pintou um clima. O problema apareceria quando chegasse em casa. O clima seria tempestuoso. “Já estou aqui mesmo, então não faz diferença. Só espero não ser descoberto…” Corajoso por conta do álcool, chamou a mulher para o quarto. Entrando no cômodo, que aparentava ser uma prisão, a dançarina pediu-lhe que deitasse na cama e se acomodasse.
No entanto, quando ela tirou a máscara, Romeu assustou-se. “Eu sabia que estaria aqui, seu cretino! Já para casa, pois temos que conversar seriamente!”


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