Corpo, templo da revolução,
Eu, mulher, negra e pobre,
Silenciada, estigmatizada, fora do padrão,
Sempre deslocada, o cerne da imperfeição.
Cabelo sarará, juba de leão,
Lábios exagerados,
Um corpo sexualizado,
Olhado com desejo, não com atenção.
Voz silenciada, desejos e vontades inferiores
Sem realmente entender que vivia
Na estrutura do patriarcado
Onde os machos sempre foram os senhores.
Poucas roupas, poucos calçados,
Sempre em falta, tudo sempre regrado,
Dinheiro, algo sempre contado,
Farinha na comida para o bucho ficar lotado.
Mais magra, mais casta, mais gentil…
Mais modesta, mais feminina, mais servil…
A moreninha , parda, gordinha, mulata,
Sexismo, pobreza e preconceito sempre em pauta.


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