Sou filho da roça, tenho vida dura
Não tenho leitura, mas eu sei rimar
E na minha luta, difícil, pesada
Eu rimo a enxada com meu capinar.
Vou fazendo rima como alguém que planta
Meu coração canta, alegre e festeiro
Meus versos singelos do peito brotando
Vão se esparramando no sertão inteiro.
Não tenho instrução, meu verso é malfeito
Mas reflete o peito deste lavrador
Que de tardezinha, de volta pra casa
Se aninha na asa de seu grande amor.
No meu peito alegre, minha pobre alma
Nunca se acalma, tá sempre inquieta
Escrevendo verso e fazendo rima
Nunca desanima, sonha ser poeta.
João Rodrigues (Reriutaba – CE)


Deixe um comentário