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Girassóis

Pois é… o dizer popular não falha, o tempo passa rápido mesmo, e há maneiras de nós percebermos, pode ser porque a nossa vida tenha sido corrida e cheia de afazeres, talvez bem estressantes e cansativos, mas pode ser que a vida tenha nos presenteado com momentos tão prazerosos, alegres, felizes (e até românticos) e, só em meio ao término de eventos, percebemos quão rápido o tempo voou.


Há tempos aconteceram inúmeras coisas em meu viver, dentre as alegres e inocentes, até as mais tristes e sofridas, bem, são coisas da vida, que ora nos prendemos às mágoas e ficamos a lamentar, por não ter sido diferente — e apenas enxergamos, muitas das vezes, as nossas próprias dores. Creio que criamos incansáveis expectativas para tudo: estudo, trabalho, família, relacionamentos, mas estas nunca são alcançadas, pois esperamos demais que o mundo nos dê aquilo que queremos, e não o que verdadeiramente precisamos. Exemplo? Pode usar aqui o meu: “tantas vezes fiquei magoado pelas coisas que me disseram, pelo valor que não me deram e as iras que desenfreado optei por tomar”. E, com decepções e surpresas desagradáveis da vida, acabei trancando todas as emoções no coração, só para mim, sobrecarregado de sentimentos que remoíam cada vez mais o peito. Quis tantas coisas desesperadamente para preencher os meus vazios, quando fantasiei desejos egoístas como minha única necessidade, e as coisas realmente boas tomei como consequências das ruins e as menosprezei. E, depois, me surgiam perguntas que sempre fazemos a nós mesmos: por que a vida é assim comigo, o que fazer? Como poderá meu coração ter esperança de amar e ser amado? Bem, acho que hoje encontrei vias para responder, seria talvez paciência e serenidade, tendo isso em mãos conseguimos compreender aquilo que antes não notamos, buscando discernimento, pois, mesmo que a tempestade venha e passe, é necessário ver que coisas boas vieram e quais novos frutos nasceram após o tormento. Pode ser que veio algo bom, com tamanha simplicidade que não notamos a bênção por tê-los recebido.


Certa vez, andando pelos campos, encontrei um belíssimo girassol, passei a observá-lo, foi então que e percebi o quão belo é o sorriso e a vida dessa flor. Ela enfrenta dura lida, se contorcendo para lá e para cá, a fim de buscar o amado raio solar; passa o dia se esforçando, gastando suas energias, suportando tempestades e aflições de pragas, mas continua acompanhando o andar do sol. Pouco antes, quando chegava a noite fria, o girassol murchava, talvez para descansar, pois passava o dia inteiro fazendo o que ama. Tal flor me deu exemplo que é preciso esperar, ter calma, pois, depois de tentativas insistentes, conseguiremos novo alvorecer, quando devemos aproveitá-lo ao máximo e dar o devido valor. Hoje, tenho tal girassol ao meu lado, uma bela morena flor, que busco sempre bem cuidar e, como não sou perfeito, tento ser um sol em sua vida, no intuito que continue vívida e bela, ou talvez seja um girassol também, para que na ausência do astro rei possamos nos virar um para o outro e completarmos a necessidade de cada um, ou seja, cada um conseguir ser um sol para o outro e, poder eu me perder no tempo e no perfume, admirado dos seus divinos encaracolados.


É necessário, enfim, que possamos aceitar as coisas passadas e nos esforçar para adquirir boas vivências futuras, tudo depende de enxergarmos as coisas simples que nos aparecem, pois tais coisas podem ser os melhores acontecimentos da vida. Nossos olhos são capazes de ver borrados as vezes, e por isso devemos nos esforçar e focá-los no que realmente importa, porque há Girassóis em nossa vida. O tempo passa rápido para todos, nós é que cismamos em não perceber.

Ezequiel Alcântara Soares
São Gonçalo, agosto de 2019


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Criada em 2020 pelo professor e poeta Renato Cardoso, a Revista Entre Poetas & Poesias é um periódico digital dedicado à valorização da literatura e da arte em suas múltiplas expressões. Mais que uma revista, é um espaço de conexão entre leitores e autores, entre a sensibilidade poética e a reflexão cotidiana.

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