Observando a sequência dos eventos a partir do final de outubro e o decorrer de novembro: dia 29 de outubro, dia nacional do livro, e, respectivamente, dia 05 de novembro, dia nacional da cultura. Percebi, nas redes sociais, que algumas pessoas fazem da Literatura um modismo.

Literatura não é moda! É muito mais que o belo! A moda é algo efêmero, mesmo que outros aspectos sejam adaptáveis no decorrer das décadas. A Literatura é atemporal.

Sou particularmente grata à Arte literária, que, além de amadurecer minha visão de mundo, alimentou e me proporcionou uma força inenarrável diante dos inesperados desafios em minha vida familiar. Primeiro falarei da base:

Quando adolescente, ganhei um livro em péssimo estado; capa rasgada, amarelado e com marcas de “orelha”. Mas o conteúdo do romance é muito envolvente. Tanto que li as extensas páginas em um pouco mais de um mês. Ávida para saber como o protagonista teria de volta seu grande amor que havia morrido.

Há alguns anos, minha irmã mais velha esteve hospitalizada durante quatro meses. Foi um período dificílimo, conciliar trabalho e as visitações em um estabelecimento público desestruturado. Ela obteve alta, e o peso maior ficou para o meu irmão caçula porque ambos moravam na mesma casa. Ele não suportou o estresse, sofreu um AVC na rua, no Centro do Rio de Janeiro. Faleceu vinte dias após o coma.

Eu usei a história daquele livro velho, lido quando menina, para dar a notícia do falecimento do nosso irmão. Consegui, através do eufemismo do romance, suavizar o impacto da fatalidade que nos abateu.

O livro chamado “A Máquina do Tempo” foi publicado em 1895 com diversas edições e também para o mundo do cinema.

Arte é isso! Ultrapassa séculos sem perder a sua real intenção.

Ivone Rosa

@profaivonerosa

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