Injustiças que o mundo semeia,
perseguições que a alma incendeia,
falta de afeto, respeito e calor,
escassez de cuidado, de empatia e de amor.
Se houvesse um sopro de consideração,
um gesto sincero, sem falsidade ou ilusão,
a vida teria um brilho mais claro,
seria mais leve, menos avaro.
Entrego-me inteiro a quem me rodeia,
sou porto seguro quando a dor alveja,
acolho com gestos, com fé e ternura,
mas quando preciso, só encontro a penumbra.
Mentiras vestidas de belas canções,
omissões que ferem como punhal em mãos,
descobertas frias, verdades tardias,
alimentam falsas esperanças vazias.
E quando a máscara enfim se desfaz,
sobra apenas o silêncio que não traz paz.
Ansiedade corrói como chama voraz,
e o coração clama por um pouco de paz.
Se fosse de fato a prioridade,
não haveria demora, nem hesitação,
o apoio viria com lealdade,
com mãos estendidas, sem contradição.
Mas noto, sofrendo, a dura verdade:
mesmo oferecendo cuidado e bondade,
sendo escudo em meio à tempestade,
sou deixado à própria fragilidade.
E nesse vazio que cresce sem fim,
a solidão sempre me chama assim:
um buraco profundo, frio, sem perdão,
eco eterno da minha condição.
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