por Ivone Rosa
Era fim de tarde, eu saí de casa rumo a Niterói. Peguei um grande engarrafamento a partir da Avenida do Contorno, o tráfego melhorou um pouquinho após a subida da Ponte Rio/Niterói e naquela lentidão dos carros, comecei a observar as pessoas que desistiam de aguardar e desciam da condução para ir a pé e correndo… outros discutiam com agressões verbais e gestos indecentes de um automóvel para outro. Uma visão nada agradável!
Neste momento lembrei-me de contemplar as árvores plantadas logo abaixo dos viadutos, são tantas, muitas de diferentes espécies! Algumas frutíferas, inclusive com jamelões maduros, tingem a relva pisoteada com frequência. Outras são florais, também de espécies distintas, pois é muito fácil perceber a diferença através das folhas, da estrutura dos troncos. Existem aquelas que são robustas e seus galhos crescem tanto ao ponto de ultrapassar a rede elétrica. Embora sejam podadas raramente, elas crescem o dobro, como se quisessem desafiar o vento. Há algumas em que seu caule é muito fininho, com galhos mais magros ainda! Estas aproveitam por serem menores e abusam da sombra formada pelas copas das maiores.
Observei também que mais à frente tinha uma quebrada, porém seu tronco não se partiu de todo e ela, mesmo debruçada ao solo, sentindo dor, continuava a florescer! Da mesma maneira que, pela falta de espaço, um grupo de outras magrinhas crescia tortas! Completamente retorcidas entre as robustas, disputavam seu lugar ao sol… não menos bonitas, apenas com um verde diferente!
Assim, com meu olhar bucólico, comprovei bem de perto que existem vários tons. Essa diferença é que torna a natureza tão linda! Assim como as pessoas são: diferentes! Muitas parecem frágeis, mas algumas infelizmente desconhecem sua força!
@profaivonerosa
Texto do livro: O Primeiro Prazer
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