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Amor, amar… Sem esse sentimento não dá (Texto de Cláudia Gomes)

Passam-se os tempos, os séculos, os anos, os dias… e a humanidade continua envolvida por um sentimento, único, mas que puxa tantos outros sentimentos bons: o amor!

Fonte de inspirações para muitos poetas e prosadores, o amor é universal, é uma mola que nos leva a tantos corações, é um elo com a natureza, com os animais, é o que nos impulsiona a viver e a querer o bem de nós mesmos.

Muitas são as narrativas em que o amor é o centro das atenções. Em Coríntios 13, por exemplo, ele é assim nos apresentado “o amor é paciente, é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor…”. Quantos ensinamentos tiramos dessa passagem e colocá-los em prática nem sempre é fácil. Saindo da Bíblia e partindo para a literatura, temos em “romeu e julieta”, romance escrito pelo poeta inglês William Shakespeare, um amor que se eternizou e que inspira muitos românticos.

Ah, o amor!!! Em tempos tão contraditórios quanto estes que estamos vivendo, falarmos de amor e espalhá-lo em palavras, gestos, conselhos, poesias e tantas histórias que o têm como viés para a boa convivência e a paz, é um desafio.

A psicanalista e escritora Dorilda Souza (Salvador) enfatiza no livro “E por falar em amor” (2002) que quando o amor é cultivado “produz frutos, constrói amizades, abraça uma causa e cria ideias. Quem ama desculpa, pede desculpas a pais, a filhos, a marido, à esposa, a qualquer pessoa”. Assim, como apresentou Souza, o perdão seria o ato mais fantástico de nós seres humanos. É um ato de amor quebrar as barreiras negativas impostas pelos sentimentos que nos afastam dos outros e até de nós mesmos.

Para a escritora, enfermeira e psicanalista Luiza Moura, de Feira de Santana, Bahia, o amor é “tudo que eu não consigo explicar, mas que faz meu coração bater mais forte”. As palavras de Moura nos revelam como o corpo reage ao que sentimos. Ter nosso coração palpitando ao estar com quem gostamos e nos sentimos bem é amor. O amor circula em todos os espaços: no encontro com os amigos, no aconchego do nosso companheiro, na presença da família, no bem querer aos animais, no cuidado com a natureza, no ajudar o próximo, enfim, é um sentimento híbrido em emoções e cria oportunidades de caminharmos para a paz.

Nesse sentido, podemos pensar que onde há guerra, conflitos, vingança e desprezo, o amor se faz ausente. É preciso mudar paradigmas, olhar o outro como se estivesse olhando para nós mesmos, pois a lei da atração é certa, como disse Souza “criaturas amorosas não são como pessoas comuns que falam sobre coisas e sobre pessoas. Elas falam de ideias, de ideias para desenvolver ações sociais para o bem da coletividade”.

Pensar então na coletividade é um ato de amor. Muitas vezes, abdicamos de algo que gostamos ou que queremos a favor de um grupo. Na verdade, quando conseguimos chegar nesse patamar, a individualidade já não ocupa um lugar de destaque em nossa vida. Isso é amor. As manifestações, por exemplo, contra o racismo nos estados unidos são ações coletivas que fogem da individualidade.

Unidos por um sentimento que deseja uma transformação positiva, os manifestantes querem um mundo melhor e igualitário a todos, independente da raça, do gênero, da cultura ou da crença religiosa. Essas ações nos revelam que o amor precisa reinar e onde ele está, há respeito, há direitos garantidos, há felicidade.

Portanto, espalhar gestos de amor, cuidar das nossas emoções e procurar fazer o bem, independente a quem seja, é deixar nosso coração, como nos disse moura, bater mais forte de felicidade e de alegria. É preciso ver o outro como se o outro pudesse ser nós mesmos, pois, uma vez cultivado esse sentimento que derruba, metaforicamente, as barreiras, os frutos saudáveis nasceram e todos que os provarem nunca mais serão os mesmos. O amor vale a pena. Sempre! E viver sem ele… Não dá!

Amar é amar

O amor não precisa de renovação

Amar é amar

O amor é simples

Não se preocupa com luxo

Nem ostentação

Ele acalma

Ele engrandece

Ele é o maior dos sentimentos

Ir embora nem sempre dá não.

Já a paixão não

Ela precisa de renovação

Ostenta

Brilha

E nem sempre aceita o perdão.

Não nos ensinaram a amar?

Somos decolonizados

De nós mesmos?

Estamos correndo o tempo todo

No tempo!

Corremos para pegar o ônibus

Corremos para pegar uma senha

Corremos para tudo

E estamos correndo dentro da gente

E nessa corrida

Atropelamos os sentimentos

Não nos atentamos para os sinais,

Vitais,

Que existem há tanto tempo

Dentro da gente…

Nem sempre ultrapassamos a barreira

As barreiras que nos impedem de Seguir, de lutar, de resistir

De exterminar o preconceito.

Temos que nos decolonizar

E fazer da nossa morada

Espaço de empoderamento

De fazer da nossa sociedade

Espaços de interação

Com nossa cultura, com as culturas populares,

Pois estas sempre sendo

Marginalizadas

Resistem

E existem em espaços múltiplos.

O tempo? Agora.

O espaço? Decolonizado.

Dentro de nós

Fora de nós

O tempo? Agora

De decolonizar as raízes racistas

E excludentes!

Decolonizar pensamentos

Decolonizar gentes

Decolonizar espaços acadêmicos

Decolonizar ações

Para que meu mundo, nosso mundo

Nosso tempo

Seja poeticamente

Espaço de florescer!

Assim, ensinaremos tantas outras gentes a amar!

(Esse texto é de Cláudia Gomes, nascida em Natal, RN, naturalizada em Salvador, BA, e radicada em Feira de Santana. Doutora em Educação. Mestra em Letras. Especialista em Língua Portuguesa. É professora, poeta e escritora. É membro da Academia Feirense de Letras, ocupando a Cadeira 7. Ocupa a Cadeira 2 da Academia Metropolitana de Letras e Artes de Feira de Santana e a 36 da ALAFS. Publicou: Catadora de Versos, Condado Poético (finalista do Prêmio jabuti), Malinche: confissões de um Flamboyant, Joaninha, cadê suas bolinhas?, Vovó é uma Sereia, Páginas Poéticas da princesa do Sertão, A Mulher e a Rosa e outros poemas de amor, Malu: a bailarina das águas (3º lugar no Grande prêmio Ecos de Literatura, A menina do vestido amarelo (romance), O pequeno príncipe sertanejo (2º lugar no FLIPOÇOS) Leve Bagagem (poesia), Pespontos em prosa e verso, Poeminhas na palma da mão, As tranças de Bebel, Emilinho: o pequeno sonhador, As aventuras de Lourinho e os patinhas, Revoada: poemas para o coração, Luz: a menina do colar de pérolas, Baú de versos, Catadora de Versos 2ª Edição e Enleituramento do texto afro-brasileiro: experiências com os contos dos Cadernos Negros em sala de aula (livro acadêmico). Organizou Vidas Perfumadas, Metamorfose Poética, Castelo dos Poemas Encantados, Vozes Baianas Estudantis e Escrevivências Poéticas Estudantis. Participou das Antologias Aldravia Mulher: feminino em poesia, Além do amor: cartas, Antologia Poética Focus XIV, Antologia Poética Internacional IV, Anuário de escritores 30 anos, Caderno Literário Pragmática, Cadernos Negros: Poemas Afro-brasileiros 39 e 43, Gotas Poéticas, Mulher: poesia absoluta, Nas teias de Eros, O Construtor de Amigos, O silêncio das palavras, Pétalas do coração, Lúdicas Estrofes, Enluaradas, Ciranda Poética, Mulher Poesia 2, 3, 4 e 5, Doce Poesia Doce, Colorê 2, Mundo Infantil, Nordestinamente Poesia, Conta aí, professor etc. É mãe de três filhos e ama animais. Recebeu a Comenda Maria Quitéria e o Título de Cidadã Feirense, ambos em 2025.)

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Criada em 2020 pelo professor e poeta Renato Cardoso, a Revista Entre Poetas & Poesias é um periódico digital dedicado à valorização da literatura e da arte em suas múltiplas expressões. Mais que uma revista, é um espaço de conexão entre leitores e autores, entre a sensibilidade poética e a reflexão cotidiana.

Registrada sob o ISSN 2764-2402, a revista é totalmente eletrônica e acessível, com publicações regulares que abrangem poesia escrita e falada, crônicas, ensaios, entrevistas, ilustrações e outras formas de expressão artística. Seu objetivo é tornar a arte acessível, difundindo-a por todo o Brasil e além de suas fronteiras.

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