Uma família de tartarugas foi passear. Esta família é muito engraçada, divertida e muito conhecida onde mora, e até fora de sua cidade.

    A família é composta por três tartarugas – a mãe e as filhinhas – o pai, infelizmente, já é falecido, mas elas continuaram suas vidas, às vezes ficam tristes ao lembrarem-se dele e, na maioria das vezes são alegres, por continuarem vivas, são companheiras e passeiam muito.

     As tartarugas foram passear nas montanhas. Isto é possível? Ora, para elas nada é impossível. Sabemos que algumas delas vivem na água, já outras vivem na terra e se alimentam de plantas.

      O passeio desta família pelas montanhas foi muito divertido e engraçado, pois elas tinham dificuldade de subir as montanhas. Elas são muito vagarosas, andam devagar e iriam levar dias para chegar ao topo da montanha. No entanto, a lerdeza delas não as impediria de chegar ao topo, então, decidiram que iriam uma em cima da outra. A mãe, que é a maior, é quem carregaria todas nas suas costas.

      Coitada desta mãe! Porém lá foram elas, passo a passo, subindo, subindo, devagar, bem devagar…

       Um pássaro passa pelas tartarugas sobrevoando o céu… Olha para a montanha à sua frente e não acredita no que vê! Esfrega os olhos com suas asas e de novo, continua não acreditando no que estava vendo a sua frente, naquela montanha…   Chega mais perto e sua visão se confirma: TRÊS TARTARUGAS SOBEM A MONTANHA UMA EM CIMA DA OUTRA!

      Que loucura! Pensa o pássaro. Que malucas essas tartarugas! Pensa de novo. Resolve se aproximar delas.

       – Tartarugas! Que vocês estão fazendo?

     – Não estás vendo, pássaro metido! Responde a tartaruga que está bem em cima.

       – Estou vendo uma maluquice de vocês, sua mal educada!

   – Mal educado é você, que está vendo nós três escalando esta montanha, cansadas e não ofereces uma carona!

     – Mas vocês são malucas mesmo! Como podem escalar uma montanha com uma por cima da outra? E vocês são três, só tem que estarem cansadas!

    – Amigo pássaro! Estou levando minhas filhas para passear nas montanhas, e como elas são pequenas as estou carregando nas costas, pois fica muito difícil para elas subir as montanhas sendo pequenas e vagarosas não achas?

      – Tudo bem, Tartaruga Mãe! Mas a senhora não acha que assim do jeito que vocês estão indo não é mais cansativo?

      – É! Mas não tem outro jeito. Prefiro carregar minhas filhas nas costas que as deixarem mais cansadas que eu.

      – Está bem! Vamos fazer o seguinte, subam nas minhas costas que as levarei até o topo da montanha! Será um passeio inesquecível e divertido!

       – Oba! Responderam as Tartarugas Filhas. Vamos voar pelas montanhas! Quem diria que três tartarugas um dia voariam! Quando eu contar para os meus coleguinhas da escola não vão acreditar! Disse uma delas. Vou pedir para aquela águia bater uma foto nossa, assim, posso comprovar que falo a verdade.

       – Dona Águia, Dona Águia! Tira uma foto nossa voando com o Pássaro?

       – Claro! Tartaruga! Pegou a máquina fotográfica e tirou várias fotos.

      – Muito obrigada, Dona Águia! Agora sim tenho provas de que as tartarugas podem voar, nem que seja em cima de um pássaro!

      E lá se foram as tartarugas e o pássaro voando até o cume da montanha e sobrevoaram outras montanhas também… Na montanha mais alta o pássaro aterrissa dizendo: – Aqui as deixo, preciso voltar para casa, tenho que levar alimentos para a minha família que estão me esperando. Vejo-as por aí, até logo!

        – Muito obrigada! Respondem as três tartarugas juntas. Dê um abraço na tua família por nós, é uma pena não podermos visitá-los, já que moram num ninho num galho de árvore e para nós, como sabes, fica complicado subirmos em uma árvore.

     – Tudo bem, amigas tartarugas! Entendo perfeitamente vocês. Darei o abraço neles e quando precisarem é só chamar, meu telefone é 010101 que virei voando!

      – Obrigada mais uma vez! Bom retorno amigo pássaro!

     E ali, no cume da montanha ficaram as tartarugas, saíram para conhecerem os arredores, até chegar a hora de voltarem para a casa.

    Logo que começou a anoitecer as tartarugas começaram a descer as montanhas, só que elas não pensaram numa coisa, que de noite é escuro e elas não levaram uma lanterna, como fariam para enxergarem o caminho de volta?

     A Tartaruga Filha mais velha, a que na hora de subir a montanha é a que estava entre a Tartaruga Mãe e a Tartaruga Filha mais nova, falou, já que ainda não tinha se manifestado, dizendo o seguinte: – Olhem lá em cima, para o céu! Vamos pedir para a lua e para as estrelas iluminarem o caminho para nós!

    – Esta minha mana está ficando caduca! Capaz que a lua e as estrelas irão falar com a gente!

     – Estou ficando caduca, é? Então me observa e aprende alguma coisa comigo que sou tua irmã mais velha!

     A outra sentou com o casco no chão, cruzou as patas da frente e esperou se rindo toda por dentro…

    – Lua, Lua, Amiga Lua! Sei que me ouves, que entendes a minha língua! A tartaruga irmã mais nova quase cai na risada com essas palavras que sua irmã mais velha profere à Lua, mas se segura quando vê que algo acontece…

      – Olá, amiga Tartaruga! Responde a Lua, calma e serena. Como vais? Há quanto tempo não nos falamos! E essa aí do teu lado deve ser a tua irmãzinha debochada, não é?

     – Ai amiga Lua! Que bom poder falar contigo novamente! Faz um bom tempo que não nos falamos mesmo e essa aqui é minha irmãzinha caçula sim e cada vez mais debochada. Ela me desafiou, dizendo que não irias falar com a gente!

     – Não dê bola amiga, já estou acostumada com quem não possui imaginação! Mas diga-me, o que vocês querem? Precisam de alguma coisa que esteja ao meu alcance?

     – Sim, Lua! Precisamos que fales com as estrelas e que vocês, com suas luzes, iluminem o caminho das montanhas, para que possamos voltar para casa. Está uma noite muito escura e não trouxemos lanterna! Por favor, será que podes fazer isso para nós?

      – Deixe-me ver. Vou conversar com as estrelas e daqui a pouco te darei retorno, certo?

       – Certo! Esperarei!

   Enquanto a lua conversava com as estrelas, as tartarugas ficaram esperando, sendo que a tartaruga mais nova estava em choque, pois não esperava que sua irmã mais velha pudesse falar com a Lua…

      A Lua então volta a falar e do seu lado estão as estrelas.

   – Amigas Tartarugas! Aqui estamos eu Lua e as Estrelas, para ajudá-las a voltarem para casa.

      – Muito obrigada! Respondem as três.

    – Merecem! Podem ir tranquilas que as estaremos iluminando! Vão sem pressa, cuidem as pedras no caminho para não baterem em nenhuma e se machucarem.

     A tartaruga mais nova fala baixinho para si mesma e para não ser ouvida pelos outros: – Só podemos ir sem pressa mesmo… Não conseguimos andar mais rápido, nem se quiséssemos, ora bolas! Só que sua irmã escuta e a cutuca: – Fica quieta se não quiseres voltar para casa no escuro e, sozinha, deixa de ser chatinha e teimosa e segue a gente. Ela sacode os ombros como se não se importasse, mas no fundo do seu casco de tartaruga ela se importava sim, só não queria dar o braço a torcer.

    Então as tartarugas agradecem à Lua e às Estrelas e seguem sua luz até chegarem a casa.

        No outro dia… É outra história…

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