Moldando-me em cada dia,
sou barro em tuas mãos, tua fantasia.
Buscando ser aquilo que desejas,
mesmo que a alma traga certezas.
Tento apenas agradar-te,
mostrar que posso alcançar-te,
e fazer sentir no coração
que realizei teu grande sonho, tua visão.
Luto firme por teus objetivos,
sigo em passos quase cativos.
De tanto querer que te orgulhes de mim,
faço do esforço começo e fim.
Mas, mesmo assim, problemas não cessam,
as dores na mente permanecem.
Não entendo por que tudo se repete,
como um ciclo que nunca se esquece.
São tantas metas para cumprir,
tantas paredes para dividir.
E quando será que vou alcançar,
as expectativas que só sabem pesar?
Sinto-me pequeno diante do mundo,
um grito abafado, silêncio profundo.
Carrego um peso que ninguém ouve,
mas minha alma em segredo se move.
É dor que machuca só de existir,
é o medo constante de não servir.
E o coração, cansado, insiste:
ser bom talvez nunca baste, nunca se assiste.
Ah, se o esforço fosse suficiente,
se a entrega fosse transparente,
talvez enfim pudesse enxergar
um pouco de paz no meu próprio olhar.
E sigo, embora frágil e ferido,
na esperança de ser compreendido.
Pois dentro de mim ainda vive a chama:
o desejo de ser alguém que se ama.
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