Eu tenho um modelo. Todo mundo tem um modelo. Na verdade, é um tipo ideal de ser. Quando criança, nos primeiros anos da escola, brincando de giz de cera e massinha, sempre ouvíamos dos adultos “o que quer ser quando crescer?” O Pedrinho diz que queria ser astronauta. A Mariazinha diz que queria ser médica. Eu, por outro lado, não fazia ideia do que queria ser. A vida, no entanto, trouxe-me até aqui, defronte ao papel. Francamente, isso não dá dinheiro e nem colhi (e nem sei se colherei) os frutos deste ofício. O fruto é amargo. A tinta (um jeito arcaico, pois utilizo o computador) é incolor e insossa.
Mas nem tudo na vida são flores, mas, às vezes, são dores. Escrever é pô-las no papel.


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