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Ao meu Príncipe desencantado

Não foi no elevador;
Não foi na fila do pão das 17h;
Não foi naquela loja de ótica fantasiado de homem morcego;
Não foi depois de segurar uma guarda-chuva pra mim;
Foi em uma estrada.

Quando eu me apaixonei por você foi uma história engraçada, não tinha intenção e nem nada. Não reconheci de primeira o nome daquela estrada e você estava lá, mas não foi uma viagem longa. Desci quando vi que existia algo, talvez no tom da sua voz que eu não reconheci não ser o ideal pra mim.

Só depois que desci que reconheci o que estava no meu coração, por trás da placa de aviso de parada. Era a parte boa de ter você na minha vida.

Você foi diferente e inconsequente, nem de longe se importava para os meus defeitos e fez eu sentir que nada em mim era errado. Achava legal ter alguém assim, mas inconsequente com o coração alheio também. Se você soube disfarçar o sono em uma aula, também soube disfarçar de mim a sua mentira.

A nossa história começou igual a um filme. Falas e roteiro da vida, pareciam estar com a gente e já com um final traçado. Como histórias de amor falidos que se repetem. Igual aquelas histórias que ouvimos nas músicas, em contextos diferentes, mas sempre o mesmo final. Você sabia o que eu merecia ouvir, mas sabia que também não vinham do coração.

Você era o meu contato de emergência. Ao menos o considerei.

Falar com você era tipo aquelas cosquinhas boas que dá vontade de rir e faz a barriga doer.

Eu queria dizer certas palavras, mas sempre acabo fazendo poesia. Eu não te odeio. Cansada apenas joguei as mesmas palavras repetidas em você.

Parece que se algo não é duradouro não é verdade e será que é? Alguns finais não lembramos, já outros nos despedimos. Tem os finais que trazem alegria e foi ai que eu percebi eu já escrevia sobre finais felizes, mas já outros finais nos trazem saudades e você é um desses. 

Confesso que ainda penso em você, mas a nossa história é só um risco, sem verso que mereça ser lido.

Ainda existe ecos de você em mim, como vestígios. Ainda ressoa em mim, ainda ficava afim de você as vezes, mesmo depois do fim, mas logo comigo você quis levantar muralhas. Um sentimentos bonito vira silêncio. Injusto não poder dizer o que sente e eu disse, mas parece que eu ainda tinha algo a dizer, sobre como eu me sentia porque eu te amava mais do que ontem, todo dia um pouco mais.

Te amei porque você me deu uma coisa, os melhores sorrisos, pois meu melhor sorriso era com você. Não era um pertencer declarado. Às vezes, é que quando uma parte da gente constrói casa no outro, silenciosamente é como se essa pessoa fosse o nosso lar fora de casa. Eu me sentia assim com você. Quando essa casa desabou sobre a minha cabeça aprendi que quero aprender o que é o amor, mas só me ensinaram o que é dor.

A todos aos meus príncipes desencantados te dedico que eu não vejo mais em você o homem pelo qual eu me apaixonei.


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Criada em 2020 pelo professor e poeta Renato Cardoso, a Revista Entre Poetas & Poesias é um periódico digital dedicado à valorização da literatura e da arte em suas múltiplas expressões. Mais que uma revista, é um espaço de conexão entre leitores e autores, entre a sensibilidade poética e a reflexão cotidiana.

Registrada sob o ISSN 2764-2402, a revista é totalmente eletrônica e acessível, com publicações regulares que abrangem poesia escrita e falada, crônicas, ensaios, entrevistas, ilustrações e outras formas de expressão artística. Seu objetivo é tornar a arte acessível, difundindo-a por todo o Brasil e além de suas fronteiras.

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