O encontro entre o Flautista de Hamelin e Branca de Neve
A cidade de Hamelin volta a sua normalidade. Torna-se uma cidade tranquila, novamente, graças ao flautista que encantava a todos com sua flauta mágica, os ratos voltaram para os bueiros e as crianças retornaram para suas casas. Este flautista ficou muito rico, ajudou muita gente, mas um dia resolveu fazer uma viagem, pois se sentia muito sozinho, não tinha constituído uma família e talvez na viagem encontrasse alguém que se apaixonasse e se casasse.
Na floresta dos Sete Anões, Branca de Neve, que tinha mordido a maçã envenenada e parecia morta, foi acordada pelo Príncipe que a levou para seu Castelo lhe prometendo casamento. Porém foi tudo um engano. O Príncipe não se casou com ela e a coitadinha, abandonada, teve que voltar para a casa dos seus amigos Anões que a acolheram, de novo, com muito carinho.
O Flautista de Hamelin foi acampar na floresta dos Sete Anões, pois lá havia uma paisagem belíssima, com muitos passarinhos cantadores, flores perfumadas, animais amigos e, ele poderia descansar; pensar na vida; tocar sua flauta; compor novas músicas…
Branca de Neve seguia sua vida tranquila, ao lado dos Anões, cuidando da casinha e das coisas deles; lia histórias para eles dormirem. Assim que eles saíam para trabalhar nas minas, ela arrumava a casa rapidinho e saía a passear pela floresta, colhia flores para enfeitar a casa e preparava o almoço. À tarde ela tinha uma tarefa muito importante: Branca de Neve juntava os animais que viviam naquela floresta em uma clareira para ler histórias. Todos ali ficavam encantados com ela, adoravam ouvir suas histórias e assim os dias passavam-se felizes, a bruxa madrasta nunca mais voltou e o príncipe esqueceu.
No acampamento, o Flautista pensou em dar uma caminhada pela floresta. Saiu para ver se encontrava algumas frutas para comer e avistou ao longe uma casinha. “Que estranho”! Pensa ele. “Quem será que mora numa casa tão pequena e no meio de uma floresta”? Então ele escuta algumas vozes cantando e se esconde atrás de uma árvore – “Eu vou, eu vou, para casa agora eu vou, parara tibum, parara tibum, tibum…”. Em seguida sai de dentro da casa uma moça muito bonita, cabelos pretos, pele branca, lábios vermelhos dizendo: “Finalmente vocês chegaram, o almoço já está servido; lavem as mãos antes de sentarem à mesa; não demore senão vou me atrasar para a Hora do Conto no Bosque”. “Está bem, Branca de Neve”, responderam os Anões.
O Flautista se manteve escondido até a hora dos Anões saírem de casa, mas dali de onde estava pôde ouvir a conversa da moça com os Anões e ficou muito curioso em conhecê-la. Esperou que ela saísse e foi atrás, sem que ela percebesse sua presença.
Branca de Neve vai cantando pela floresta: “Para quem vai trabalhar, existe uma canção, que evita o tempo demorar/ Aprenda uma canção, que ajuda muito, a tarefa terminar/ É fácil de aprender, qualquer uma canção, e você vai achar, que isso faz alegre o coração”, até o bosque onde acontecia a Hora do Conto, com os braços cheios de livros. O Flautista ficou simplesmente hipnotizado com aquela voz doce, cantando uma música tão delicada e sensível.
No bosque, os animais já a esperavam sentados numa roda, ansiosos para saberem qual história ela leria neste dia. Branca de Neve se aproxima da roda, senta-se no chão junto com todos e pega da pilha de livros que levou a seguinte história: “O Flautista de Hamelin”, dos Irmãos Grimm. No final da história ela pergunta se gostaram de ouvi-la; todos disseram que sim e a coruja fez um comentário: “Branca de Neve, bem que poderias conhecer este flautista, combinaria muito contigo, enquanto que tu lês histórias, ele toca umas músicas para nós, daí estaria completa a nossa tarde cultural”.
O Flautista ouviu aquilo da coruja e ficou nervoso. Estava louco para se apresentar, mas estava sem jeito ainda. Contudo, como ele tinha se escondido atrás de uma moita, uma mosca que passava por ali resolveu incomodá-lo e ao espantá-la tropeçou na moita, fazendo barulho. Os animais correram para ver que barulho era aquele e o encontraram. A coruja não acreditando, fala: “É O FLAUTISTA DE HAMELIN EM CARNE E OSSO! Branca de Neve venha ver, é o Flautista da história”!
Branca de Neve se aproxima e vê o Flautista, todo assustado, mas mesmo assim pergunta: “Quem é você e o que fazes aqui neste bosque”? Ele responde: “Como disse a coruja sou o Flautista de Hamelin; estou acampando aqui perto, nesta floresta; saí para dar uma caminhada, para encontrar frutas e me deparei com aquela casinha dos Sete Anões, te vi de longe e quis te conhecê-la; como não queria atrapalhar sua leitura fiquei aqui escondido, só apareceria na hora que fosse apropriada”. A moça ainda confusa olha para tudo quanto é lado e viu que tinha ficado sozinha com o moço, mas sabia que estavam todos escondidos espiando.
Assim deu-se o encontro entre o Flautista de Hamelin e Branca de Neve. Os dois saíram do bosque e foram tomar chá na casa dos Anões. Conversaram muito, ele contou sua história e ela a dela. Chegada à noite, o Flautista voltou para o seu acampamento, deixou para conhecer os Anões no outro dia, dizendo que almoçaria com eles.
Quando os Anões retornaram, Branca de Neve contou tudo que aconteceu durante o dia. Os Anões ficaram felizes em saber que iriam conhecer, finalmente, o Flautista de Hamelin, personagem de uma história que ela lia muito para eles.
No outro dia, hora do almoço, os Anões já estavam em casa, até banho tinham tomado para esperarem o Flautista. Quando este chegou, foi um alvoroço! Os Anões queriam autógrafo, queriam que ele tocasse a flauta, queriam tudo, deixando-o todo sem jeito. E o que ele queria mesmo, era ficar a sós com Branca de Neve para se conhecerem melhor. Até que Mestre percebe tudo, pelos olhares trocados pelos dois, e chama os outros Anões no quarto com a desculpa que tinham se esquecido de arrumar as camas.
Branca de Neve juntou os pratos e talheres da mesa para lavá-los, o Flautista a ajudou a secar a louça. Os Anões aparecem na porta da cozinha dizendo que já estavam indo trabalhar, se despediram do Flautista convidando-o para que retornasse à noite, para jantar e se foram cantando pela floresta.
Flautista e Branca de Neve ficaram a sós, trocaram algumas ideias, ela leu algumas histórias e ele tocou algumas músicas. Ambos foram juntos ao bosque para a Hora do Conto, os animais ficaram muito felizes em os verem juntos, pediram ao Flautista tocar algumas músicas intercaladas com as leituras de Branca de Neve e, a Hora do Conto acabou virando festa.
À noite, a convite dos Anões, Flautista voltou a casa deles para jantar.
Depois da janta, Flautista pediu para dizer umas palavras, as quais ficaram todos surpresos e contentes, deixando Branca de Neve corada e feliz. Ele disse o seguinte: “Amigos Anões e minha Princesa Branca de Neve, quero dizer-lhes que adorei conhecê-los, principalmente esta linda Princesa, da qual fiquei extremamente encantado! O jantar estava delicioso e quero aproveitar este momento para pedir a vocês, amigos Anões, a mão desta Princesa, Branca de Neve, em casamento. Como todos sabem, fiquei muito rico com meus feitos lá em Hamelin, com isso pretendo construir uma casa aqui na floresta, para morar com minha futura esposa. Vocês me concedem a mão de Branca de Neve”?
Os Anões ficaram um instante sem ação, olharam para Branca de Neve que estava com os olhos marejados de lágrimas de pura emoção, até que responderam cerimoniosos: “Senhor Flautista de Hamelin, para nós seria uma honra tê-lo como vizinho aqui na floresta e sendo esposo de nossa querida Princesa, que tanto merece ter um amor verdadeiro! Porém, devemos ouvi-la, se ela aceita casar-se com o senhor”! Então todos os olhares voltam para ela. Completamente sem jeito, ela olha para eles e diz: “Eu estou sem graça com tamanha declaração, senhor Flautista, sinto-me lisonjeada com teu interesse por mim e por pretender vir morar aqui na floresta perto dos amigos Anões, que tanto cuidaram de mim, por motivos que já sabes. Então… Aceito o teu pedido de casamento, Senhor Flautista”!
Os Anões pularam de alegria e cantaram, cantaram e cantaram a noite inteira. Foram trabalhar no outro dia, loucos de sono, mas foram, porque tinham que espalhar a notícia do casamento de Branca de Neve com o Flautista de Hamelin…
A floresta inteira virou em festa! Os animais não sabiam qual que estava mais animado. Passaram todos a planejarem o casamento, arrumarem a decoração do bosque, os comes e bebes, a música, a dança e tudo aquilo que eles desejavam de melhor para Branca de Neve, a Princesa deles, da Hora do Conto.
Gostou?! Então, assine, gratuitamente, a nossa newsletter e receba, no seu e-mail, as publicações da revista.


Deixe um comentário