Mauro Oddo Nogueira possui dupla cidadania: Niterói/RJ e Lumiar/RJ. Engenheiro e administrador de formação, trabalha há anos como pesquisador em economia no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com foco em economia dos pequenos negócios, informalidade e precarização do trabalho. Desde a infância, Mauro cultivou o hábito da leitura, e a escrita surgiu na adolescência como forma de expressar suas inquietações, especialmente sobre a questão ambiental. Publicar poemas em 2021 foi o ponto de partida de uma trajetória literária que se soma à sua produção acadêmica e à atuação como produtor cultural.

1. Para começarmos, conte um pouco da sua trajetória: quem é você, de onde vem e como a literatura entrou na sua vida?
Me chamo Mauro Oddo Nogueira, costumo dizer que tenho dupla cidadania: Niterói/RJ e Lumiar/RJ. Sou engenheiro e administrador de formação e, há alguns anos, trabalho como pesquisador em economia no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com foco em economia dos pequenos negócios, informalidade e precarização do trabalho.
Desde que me lembro, a leitura sempre foi um dos meus maiores vícios. Escrever surgiu no início da adolescência.
2. Você consegue lembrar do primeiro texto que escreveu e pensou: “isso aqui é bom”?
O primeiro poema que escrevi (e gostei) foi aos 11 anos, em 1973. Já àquela época, seu tema era a degradação ambiental. É o poema de abertura de meu livro “Pó É, Mas…”. Evidentemente é bastante naif, mas para um menino de 11 anos até que não é de todo ruim.
A partir dele, fui escrevendo poemas – sem muita regularidade – e guardando-os na gaveta, salvo alguns que acabaram se tornando letras de música. Fui, inclusive, premiado em dois festivais universitários de música. Só tomei coragem de publicar parte dos poemas em 2021.
3. Apresente para o público os seus livros já publicados: quais temas abordam e para quem são escritos?
Tenho o livro de poemas Pó É, Mas…. Na área de pesquisa, publiquei:
- Um Pirilampo no Porão: um pouco de luz nos dilemas da produtividade das pequenas empresas e da informalidade no Brasil (2ª edição);
- SOS COVID-19: Vacinação em massa para as micro e pequenas empresas – uma proposta de crédito contingente ao faturamento para os pequenos negócios fazerem frente aos impactos da Covid-19 no Brasil, em coautoria com três colegas do Ipea;
- Por Um Desenvolvimento Inclusivo: o caso Brasil, do qual sou organizador, com dois colegas da Cepal.
Além disso, tenho diversas outras publicações literárias e acadêmicas em diferentes formatos.
4. Como você equilibra a escrita com os compromissos de divulgação e participação em eventos?
Meu maior desafio é equilibrar a escrita literária com o trabalho e a escrita acadêmica. Cada uma delas exige uma organização mental diferente, e, por mais que eu tente fazer poesia na ciência e manter o rigor científico na poesia, a vida profissional acaba consumindo a artística.
5. Já teve alguma experiência surpreendente com leitores nas feiras ou lançamentos?
É sempre surpreendente ver alguém lendo uma obra minha ou declamando um poema meu sem que eu esteja presente.
6. Qual foi o maior desafio ao publicar seu primeiro livro? E o maior aprendizado?
Em relação ao meu livro de poesias, o maior desafio foi selecionar o que iria entrar no livro. O maior aprendizado foi perceber a dificuldade de distribuição das pequenas editoras, que não fazem parte do portfólio das livrarias e não têm acesso aos diversos canais de divulgação.
7. Em sua opinião, qual o papel das feiras literárias na formação de leitores no Brasil?
As feiras literárias são, antes de tudo, uma festa e uma celebração do livro. Atraem pessoas que não têm o hábito da leitura e acabam induzindo-as a comprar livros, especialmente o público infantojuvenil, onde o hábito da leitura precisa ser cultivado.
Além disso, sou produtor cultural e um dos idealizadores do LumiAR-TE, encontro de artes que reúne diversas expressões culturais e literárias, realizado anualmente nos distritos de Lumiar e São Pedro da Serra, em Nova Friburgo/RJ. Este ano será a 11ª edição, com dezenas de atividades ao longo do fim de semana, todas com entrada franca.
8. O que você acha que mudou no cenário literário nos últimos anos, especialmente com as redes sociais?
As redes sociais deram espaço de divulgação para livros e escritores off-mídia, mas essa divulgação é capturada pelas bolhas. Para romper essas bolhas, é necessário investimento financeiro, o que concentra o acesso às grandes editoras. Portanto, a aparente democratização resulta, muitas vezes, em maior concentração.
9. Qual crítica mais mexeu com você — seja positiva ou negativa — e por quê?
Sinceramente, não dou muito ouvido para críticas, sejam positivas ou negativas. Para o bem ou para o mal, sempre há algum tipo de viés.
10. Quais são seus planos futuros e onde nossos leitores podem acompanhar seu trabalho?
Tenho dois livros praticamente prontos: um novo de poemas e um de crônicas, que reúne textos que escrevi durante dois anos para a revista on-line Mundo Desejante.
Minha produção acadêmica está disponível para download gratuito no site do Ipea (http://www.ipea.gov.br). Meu livro de poemas está à venda na Editora Itapuca (www.editoraitapuca.com.br). Além disso, minha produção literária e acadêmica pode ser acompanhada nas redes sociais:
- Facebook: @mauro.oddonogueira
- Instagram: @mauroddo
- Página pessoal: www.mauroddo.eng.br
Mauro Oddo Nogueira é um exemplo de como a literatura pode coexistir com a vida profissional, unindo poesia, pesquisa e produção cultural. Seu trabalho mostra que escrever é, ao mesmo tempo, uma paixão, um compromisso com a arte e um modo de se conectar com leitores e comunidades. Acompanhar sua trajetória é entrar em um universo que mistura criatividade, reflexão social e emoção.

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