Ergue o queixo, peito inflado,
fala como rei, mas o trono é roubado.
Na língua, certezas feitas de vento,
no fundo, só sobra o vazio e o lamento.
Cada frase, um pedestal de mentira,
voz que impõe, mas que pouco inspira.
Guia de si mesmo, farol apagado,
cego pelo brilho do próprio reinado.
Veste-se de sabedoria e razão,
mas só carrega ilusão na mão.
Convicto, sim, mas só do engano,
um eco fraco, um jogo insano.
Finge amar, mas é só teatro barato,
nas costas, o golpe frio e ingrato.
Envenena com língua disfarçada,
faz-se de vítima, alma mascarada.
Quer todos de joelhos, servos sem voz,
como se o mundo girasse só para nós.
Porém respeito não se exige, se conquista,
e sua tirania é a própria pista
do quanto é frágil, do quanto é vão,
um castelo de areia na própria mão.
Cabeça dura, dono da “verdade”,
não enxerga além da própria vaidade.
E que fique claro: eu não esqueço, não,
cada golpe fica gravado no chão
da minha memória, firme, afiada,
ferida aberta que não é apagada.
Um dia, a máscara cai, o aplauso morre,
e quem vive de engano, sozinho corre.
Atitudes como essa anulam qualquer sentimento positivo.
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