A Lástima do Pecador

Sou fraco, miserável, imundo e muito mais

Pela minha cruel e simplória individualidade

E a minha já póstuma honra

Clama a ti desesperadamente Pai

Oh pai! Onde estás senhor? meu rei

Me abandonaste aqui pra sofrer?

A minha angústia que começou na ponta do pé

Já está envolta em meu pescoço

A minha dor já tritura todos os meus órgãos

Meu corpo todo quebra e se reconstrói de arrependimento

Vergonha, constrangimento, medo e pavor

Adão se sentiu assim ao se esconder do senhor??

Pecamos e por isso merecemos a morte

Pecamos mas mesmo assim o senhor nos ama

Mas porque pai????Me diga o porquê

Se tu és amor me diga

Merecemos algo após pecar contra o próprio amor em pessoa?

Pai, limpa essa imundície de mim

Esse sombra de pecado

Essas marcas tão profundas senhor

Pecamos contra ti

Pecamos contra o pai

Pecamos e não merecemos se quer a salvação

Quem dirá a felicidade

Eu já não consigo me ver longe de tua presença pai

O senhor me aceitaria de volta?

O senhor me perdoaria ?

O senhor ainda me chamaria de filho?

Sinto como se tivesse matado algo, algo morreu

Talvez confiança

Talvez felicidade

Talvez paz

Pai, senhor e Cristo Rei

Peço auxílio a ti meu rei

Pois quem serei eu sem tua presença ?

Quem serei eu sem a tua luz ?

Eu não passo de um pecador

Imundo

Sujo

Indigno

Pacato

Senhor Deus, aceitas o nosso perdão?

Senhor Deus, aceitas a nossa súplica?

Pecamos contra ti, mas digo

Não queremos mais isso pai

Nos perdoe

Sucumbimos a carne e por isso não merecemos teu espírito

Por isso clamamos pai, nos guie nos fortaleça

O meu amor é Cristo

Mas Cristo não mereço

Por qual motivo deixamos a carne falar mais alto?!?

Por um singelo momento indiferente em nossa história, pecamos

Nos tornamos impuros, indignos

Mas me lembro senhor, estávamos nós um dia

Embaixo das tuas águas

E ali nos renovamos

Ali nos tornamos novas criaturas

Hoje pecamos e erramos

Mas amanhã pai

Amanhã seremos novas criaturas

Pois meu ser de hoje morre ao anoitecer

Para que o renovado se renasça amanhã .

G. Cardoso