Fernanda Gabriela Santos
Homenagem ao meu filho, Policial Militar do Rio de Janeiro
Numa noite comum para muitos, mas jamais comum para eles, começa a ronda. O silêncio das ruas contrasta com a tensão que pulsa em cada esquina. O rádio chia. O olhar atento. O coração firme. A mente alerta. Ser PM no Rio é viver cada plantão como se fosse o último. Meu filho conhece bem essa realidade. Foram sete longos anos servindo com coragem no Complexo do Alemão, uma das comunidades mais perigosas do Estado. Sete anos de noites mal dormidas, de tiros no lugar de sinos, de orações sussurradas entre fardas e promessas. Sete anos de ausência nas festas, nas datas especiais, nos momentos simples que a maioria vive sem medo.Mas ele nunca reclamou. Seguiu firme, honrando a farda, protegendo quem muitas vezes nem reconhece o sacrifício de um policial. Ele enfrentou o tráfico, o preconceito, o calor insuportável dentro da viatura, o peso do colete, e o medo – esse inimigo silencioso que só os fortes vencem todos os dias. Essa homenagem é para ele, meu filho guerreiro, e para todos os policiais que, mesmo diante do caos, continuam escolhendo proteger e servir. Que enfrentam a escuridão com bravura, e fazem da farda não apenas um uniforme, mas um compromisso com a vida.
Orgulho é pouco. Que Deus te guarde sempre, meu filho.
Quase sem vida, mas com ganas de viver
Quero guardar em silêncio o meu temor. Quero seguir vivendo.
Eu, que ando tão triste pelos cantos dessa cidade, procurando o que não existe. Indeciso e solitário, como um poema que não tem sentido. Como uma página em branco Trancada nesse silêncio, que conheço de cor
Na dor precoce de uma ferida aberta, Na culpa de um Inocente, na inocência de um Condenado
No silêncio da noite, onde todos dormem, menos eu.
No choro escondido que ninguém vê.
Na poeira dos livros que ninguém leu…
Na saudade que eu tenho de você.
Liberdade…


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