Sentimento de tristeza: mudança de residência para uma casa menor porque também eram pequenas as condições daquela jovem balzaquiana. Um misto de emoções transformou-se em lágrimas quando viu a mesa de madeira [era pinus autoclavado] que pagou em longas prestações, ficaria do lado de fora da humilde moradia.
Quem sabe, com sorte, conseguiria vendê-la? Ou talvez uma melhoria em seu trabalho, traria a possibilidade financeira de obter um espaço maior? Porém, não aconteceu.
Com a chegada do Verão, fortes chuvas encharcaram a mesa de jantar, mesmo coberta com uma toalha plástica maior que o seu tamanho. Ela tentou doar, mas ninguém quis. Na época, era preciso pagar o anúncio para vender ou doar algo.
Um mês depois, foi difícil também entregá-la ao lixeiro. Um pensamento consolador surgiu: “uma mesa não é uma coisa importante!” Nesse momento, deu-se início uma grande discussão mental! A começar que esse importante objeto não é uma “coisa”.
Da Santa Ceia à Festa de Babette, esse objeto é digno de sua importância, bem como seu destaque. As grandes pesquisas científicas, negociações empresariais, as sentenças judiciais, entrevista de emprego, os partos cirúrgicos e o bate-papo nos barzinhos, acontecem nas mesas! O que faria o Rei Arthur sem sua Távola Redonda?
Questionamento encerrado, essa mulher estava convicta acerca da importância daquele móvel. Ela batalhou bastante para conquista de um outro, pois nunca perdeu a esperança da renovação e virou a mesa!
Ivone Rosa
@profaivonerosa
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