Dois amigos, ambos escritores, trocavam mensagens em um fim de semana qualquer. Era um domingo à tarde. O clima estava gélido, cada um deles em suas casas. A tela do celular brilhando em suas faces.
Falavam a respeito de seus textos, enviando via WhatsApp um para o outro. São considerados excêntricos – para não dizer uma palavra mais dura.
Trocando textos com alto teor de melancolia, perceberam que possuem um gênio similar. Ambos a têm como um cobertor pesado que os sufoca. Sentem o toque do pessimismo: pesado e poderoso.
É esse sentimento que os persegue – e não o contrário. Seus textos são carregados por melancolia. Eles e ela são como marido e mulher: até que a morte os separe!
Chegaram à conclusão de que os iguais se entendem. O ditado popular diz que “os iguais se reconhecem”. Calados por fora e melancólicos por dentro: o silêncio do pessimismo ecoa mais fundo do que qualquer palavra dita.
Os dois voltaram aos diálogos pessimistas via WhatsApp. A mentira que nos contaram é que os opostos se atraem. Na verdade, os iguais se reconhecem. Amizade genuína e melancólica. Acobertam-se silenciosamente sob o peso da melancolia.


Deixe um comentário