por: IVONE ROSA
Fui convidada para uma grande festa, na Zona Sul do Rio de Janeiro. De início, pensei em recusar, mas logo depois pensei em encontrar meus ídolos da Literatura. Será que iriam?
Sim, estavam presentes grandes autores, poetas e jornalistas. Parecia uma cerimônia da ABL, sem o fardão.
Eu não conseguia completar um assunto, pois as interrupções eram frequentes para apresentação de mais um convidado recém-chegado. Imediatamente, o tema da conversa tomava um novo rumo.
Entre alguns drinques e pequenos risos, avistei um editor-chefe de um jornal [reservo-me em não citar os nomes em respeito à privacidade]. Não resisti e caminhei sutilmente até a sua mesa. Ele não interagia com ninguém, permanecia um pouco distante dos integrantes ao lado e absorto com seu aparelho de celular.
Vibrei, com a máxima discrição, pensando na possibilidade de conversar com um de meus ídolos, peguei minha agendinha com a expectativa de um autógrafo e quiçá um futuro encontro para um café, obter um livro dele…
Fiz um pequeno retorno, me posicionei atrás de sua cadeira e olhei atentamente para seu aparelho para saber com quem ele teclava. Para minha surpresa, a sua concentração era para copiar as notícias de outros jornais, em tempo real, e como um estudante fazia suas colagens.
Ainda em pé, senti desapontamento que meu sorriso fechou imediatamente. Alguém bateu em meu ombro e sussurrou em meu ouvido que o tal editor estava trabalhando.
Abri minha bolsa, guardei meu caderninho e desisti do autógrafo. Só não deu tempo de falar: “não sou mais a sua fã!”
@profaivonerosa
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