Entre o palco e a página, Suzane Morais da Veiga constrói sua trajetória com a coragem de quem enfrenta os silêncios da história e finca os dentes na palavra. Professora, poeta, ensaísta, tradutora, ilustradora, mediadora e agitadora cultural, sua escrita é tão plural quanto sua atuação — múltipla, intensa e profundamente engajada com as vozes femininas da literatura.

Com 14 anos de docência na rede pública do Rio de Janeiro e São Gonçalo, e passagens marcantes como professora substituta no Colégio Pedro II, Suzane carrega em si a tessitura de uma formação sólida: graduada em Letras (Português-Inglês) pela UERJ, com duas pós-graduações em Estudos Literários e Práticas de Ensino, mestrado em Teatro (UNIRIO) e doutorado em Literatura Brasileira (UFRJ), onde pesquisa a poética transgressora de Gilka Machado.
Criatura Dentada (2024): entre metáforas e mordidas
Lançado em 2024 pela editora Mapa das Letras, Criatura Dentada é um livro que sangra e dança. Um corpo de poemas que alterna entre a suavidade do verso e a força visceral do feminino. Aqui, a palavra é faca e flor, bisturi e bordado. Suzane cria um lirismo afiado, que desafia, encanta e inquieta.
A obra revela o amadurecimento de sua voz poética ao tocar temas como os embates da vida adulta, as descobertas da sobrevivência e a reconstrução de si enquanto mulher criadora — ou como ela define: uma criatura dentada. Em cada página, há o eco das grandes mestres: Clarice Lispector, Adélia Prado, Hilda Hilst, Cora Coralina. Mas, sobretudo, há Gilka Machado, sua musa acadêmica, símbolo da mulher que escreve sem pedir licença.
Mas, como toda arte de Suzane, nada é óbvio. É preciso ler com o corpo inteiro para decifrar a dor, a ironia, a revolta e o riso.
Militância literária: mais do que escrever, multiplicar vozes
Suzane não escreve sozinha — ela convoca. Como fundadora do coletivo Escritoras Vivas, organiza coletâneas que reúnem mulheres potentes de diferentes origens, estilos e narrativas. Também coordenou o livro “Mulherada, substantivo plural” (2023), onde a crítica e o afeto se entrelaçam em artigos assinados por mulheres que pensam a literatura por dentro.
Além disso, é mediadora do Grupo de Leitura Escritoras Vivas, uma roda afetiva e intelectual de escuta e partilha, e integra o NIELM – Núcleo de Estudos da Mulher na Literatura da UFRJ, onde seu trabalho reverbera academicamente.
Ilustradora, capista e designer da editora Mapa das Letras, Suzane ainda atua como tradutora, copywriter e palestrante. Cada função que desempenha serve a um mesmo propósito: ampliar a presença das mulheres nas páginas, nas prateleiras, nas conversas e nos afetos.
Conheça mais de Suzane e suas causas literárias:
Instagram pessoal: @suzane_escritora
Coletivo Escritoras Vivas: @escritorasvivas
Leia Mulheres São Gonçalo: @leiamulheressg
Editora Mapa das Letras / Macabéa Edições: @macabeaedicoes


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