Michelle Bittencourt não conta apenas histórias — ela as dança, as canta, as semeia como quem planta futuro. Poeta, pedagoga, psicopedagoga e psicanalista em formação, Michelle tem mais de duas décadas dedicadas à educação das infâncias e uma trajetória que entrelaça afetos, ancestralidade e literatura. Ao unir saberes da cultura popular nordestina com práticas pedagógicas antirracistas, ela faz de cada sala de aula, roda de leitura ou palco literário um território de encantamento e transformação.

Professora da Rede Municipal de Niterói, ela desenvolve projetos onde as crianças são protagonistas de seus próprios processos, aprendendo a partir de suas histórias, origens e vozes. Seu trabalho é reconhecido como referência pedagógica e cultural: foi homenageada com uma Moção de Aplausos pela Câmara de Vereadores de Niterói em 2022 e destacada pelo Projeto Reconhecendo, da UERJ, em 2023.
Da ciranda à formação docente: uma educadora do coletivo
Filha de uma família nordestina, Michelle carrega em si a oralidade como herança. Sua prática como contadora de histórias e cirandeira brincante nasce da tradição familiar, dos saberes passados de geração em geração, e floresce em seu trabalho como formadora de professores. Ela ministra oficinas, cursos e palestras sobre mediação literária, formação de leitores, cultura afro-brasileira e a aplicação da Lei 10.639/03. Com um olhar comprometido com a valorização das identidades negras e a escuta sensível das infâncias, Michelle propõe práticas pedagógicas que honram as raízes culturais brasileiras e contribuem para uma escola mais inclusiva e afetiva.
Integra o grupo UJIMA de Contação de Histórias, inspirado na tradição griô, e diversos coletivos culturais da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, como o Coletivo Mulheres Poetas de Niterói, Rainhas Negras, Fisg, Flisgo e Café Preto. É nesses espaços que Michelle reafirma seu compromisso com a arte coletiva, com o poder das palavras e com o ato de narrar como um gesto político.
“Maria quer ser Sereia”: um mergulho no desejo e na liberdade
Entre livros e rodas, uma menina chamada Maria ganhou vida e voz. Protagonista do livro infantil “Maria quer ser Sereia”, escrito por Michelle, a personagem convida crianças (e adultos) a sonharem com liberdade. Maria descobre que pode ser o que quiser, contanto que siga os desejos do coração. Mais do que uma história sobre fantasia, o livro é um manifesto poético sobre a potência do desejo e da imaginação.
O livro já foi apresentado em escolas, festivais e aparelhos culturais como a FLIM, FLIP, FLUP, Bienal do Livro do Rio e de SP, Salão do Livro do Rio e o Projeto LER, muitas vezes acompanhado pela performance “Entre Sereias e Cirandas”, que mistura teatro, literatura e música popular. A obra se tornou símbolo da infância sonhadora e da resistência poética que atravessa o corpo da autora.
Michelle também é coautora de diversas antologias de poesia, contos e crônicas, onde imprime sua marca de voz firme e doce, entre mares, memórias e maracatus.
Entre palavras e marés: a missão de educar com o corpo inteiro
Michelle não vê separação entre educar, escrever, narrar e lutar. Tudo em sua trajetória é um contínuo de afetos e ancestralidade. Seu encantamento pelo mar — tema recorrente em suas poesias e histórias — é metáfora viva de sua atuação: ampla, misteriosa, acolhedora e em constante movimento.
Cada formação que conduz, cada história que conta e cada poema que escreve carrega um compromisso ético com a infância, com a cultura popular e com a valorização das raízes negras brasileiras. Michelle Bittencourt é, antes de tudo, uma semeadora: planta palavras como quem distribui axé e futuro.
Contato com a autora
WhatsApp: (21) 98899-4048
Email: chellebittencout@gmail.com
Instagram: @michellebittencourt40


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