Com um pé no sertão nordestino e outro nas margens da Baía de Guanabara, Ezequiel Alcântara Soares constrói uma trajetória literária que atravessa geografias, afetos e gerações. Poeta, trovador e cordelista, o jovem autor cearense é dono de uma escrita que une o lirismo das tradições orais com a pulsação crítica da poesia contemporânea.

Nascido em 28 de julho de 2000, na cidade de Reriutaba (CE), Ezequiel cresceu ouvindo os “causos” contados por seu avô, Otávio Ferreira Soares, o “Seu Ciota”, na comunidade Riacho das Flores. Esses relatos noturnos, marcados pelo mistério e pelo encantamento popular, viraram raiz para sua criação literária.
Da terra ao papel: a origem da poesia
Filho de Rita Alcântara Lima e José Moisés Soares de Carvalho, iniciou sua jornada artística por meio de projetos escolares e teve como mentor o poeta João Rodrigues, seu primeiro incentivador. Com apenas 14 anos, publicou os primeiros cordéis e, em 2014, mudou-se para o bairro Jardim Catarina, em São Gonçalo (RJ), em busca de novos caminhos após dificuldades familiares.
Foi no CIEP 306 David Quinderê, onde concluiu o Ensino Médio, que seu talento floresceu com o apoio de professores e projetos pedagógicos. A escola tornou-se não apenas seu espaço de formação, mas também de reconhecimento: em 2021, foi criada ali a Cordelteca Ezequiel Alcântara Soares, biblioteca especializada em cordel que homenageia o ex-aluno e autor.
Destinado à Solidão: sentimentos esculpidos em verso
Seu primeiro livro de poesia, “Destinado à Solidão” (2024), apresenta uma escrita madura e emocional, que percorre os territórios internos do amor, da saudade, do desencanto e da introspecção. O livro é dividido como se fosse um ciclo natural.
Trata-se de uma coletânea profunda e humana, que transforma emoções universais em imagens poéticas, com linguagem acessível e ao mesmo tempo sofisticada. A obra foi lançada no Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHF) da UFF, onde Ezequiel cursa Filosofia.
Cordel e oralidade: o Gritador e as lendas do sertão
Paralelamente à poesia lírica, Ezequiel mantém viva a tradição do cordel nordestino, com destaque para o recente “O Gritador” (2025) – primeiro volume da série “Cordéis Enluarados”. Narrado em septilhas e redondilha maior, o cordel reconstrói uma lenda contada por seu avô, mesclando suspense, humor e lirismo.
Além deste, Ezequiel já publicou outros cordéis como:
- “Ezequiel – O cangaceiro irmão de Lampião” (2014)
- “A chegada de um alienígena no Brasil” (2014)
- “Um vislumbre amarelo” (2020)
- “Suspiros Pensantes” (2020)
- “São Gonçalo é o recanto/Do majestoso cordel” (2022, com Zé Salvador)
Parcerias, coletivos e reconhecimento
Sua atuação se expandiu com a participação no Slam da FLUP, onde conheceu poetas como Rodrigo Santos e Rômulo Narducci, e no coletivo literário Diário da Poesia, junto a nomes como Zé Salvador, Renato Cardoso, Erick Bernardes e Gilvan Carneiro. Junto a Zé Salvador, fundou a Academia Gonçalense de Literatura de Cordel (AGLC), ocupando a cadeira nº 2, patronímica de Leandro Gomes de Barros.
Ezequiel também é membro da União Brasileira de Trovadores (UBT), colunista da Revista Entre Poetas & Poesias e um vascaíno apaixonado, como gosta de destacar.
Voz jovem com alma ancestral
A escrita de Ezequiel Alcântara é o encontro entre passado e presente: herança do sertão que ecoa nas vielas da cidade, lirismo nordestino que conversa com as dores e sonhos da juventude periférica. Seus versos constroem pontes entre tradição e contemporaneidade, entre o sagrado da memória e o urgente da existência.
Seus livros estão disponíveis para aquisição direta com o autor.
Contatos:
Instagram: @ezequiel_alcantara28
WhatsApp: (21) 96570-4820
E-mail: ezequielalcantara809@gmail.com


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