O livro é a fuga da realidade. É o momento em que fugimos do comum e ordinário e vamos para um local diferente. Uma viagem parada, em silêncio e solitária.
Na adolescência, eu tinha mais tempo. O espaço vago que possuía na rotina, viajava para Marte com as Crônicas Marcianas de Bradbury ou acompanhava a saga da Fundação de Asimov. Hoje, infelizmente, o tempo se tornou escasso e parei de viajar frequentemente.
O silêncio dessa viagem não mais possuo: o barulho dos carros e do ônibus que pego para ir ao trabalho não me permitem esse luxo. A solidão de viajar sozinho sumiu: vivo cercado de pessoas que não apreciam essa aventura (por dizerem ser chata em demasia). Nem em pensamento consigo me locomover: apesar de parado, é um movimento maquinal do cotidiano no trabalho.
Eu possuía a rotina de um mochileiro. Este vive se aventurando. Atualmente, sou uma pessoa comum. Sem o precioso tempo para ler o dia todo, como fazia na tenra adolescência. Sinto falta da vida de luxo, a do burguês que viaja a Paris, a Marte e à Via Láctea.


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