Há um convite na mesa de jantar
Um envelope quase branco com manchas vermelhas nas bordas
Quando você o abre, seu peito não se move
Não é possível ver sua respiração
Mas é perceptível o rastro de sangue que desce pelo seu dedo, devido à força com que segura o papel
Alguém morreu?
Sua mãe o machucou com as palavras dela novamente? Ou alguém encontrou aquele saco de lixo grande que você escondeu no seu carro ontem à noite e está enviando palavras anônimas que o fazem paralisar desse jeito?
Seus lábios começam a tremer e você se afunda na cadeira, mal conseguindo ficar ereto
A luz do sol ultrapassa as janelas envidraçadas, queimando suas costas e transformando seu cabelo escuro em um tom mais claro de marrom
A cor combina com as manchas carmesim que você deixou no carpete. Agora elas dançam ao redor de suas pernas, se enrolam nas pontas de seus dedos
Essa não era uma carta-convite, apesar da insígnia
Quando você se afastou da cadeira, com a respiração ofegante e um pedido de socorro
Não é possível ver sua respiração
Mas o sangue em seu nariz é perceptível
Junto com a cachoeira que desce de seus olhos
Alguém morreu? Digo, era isso que dizia a carta?
Ou finalmente buscaram a vingança que estava escondida ao lado de uma porta trancada a sete chaves diferentes?
Há outro grande saco de lixo agora
Mas o carro não é seu
Talvez você tenha sido convidado para um lugar muito, muito distante.


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