As extremidades do rio se entrelaçavam com os cantos da mata
Esverdeando as raízes das árvores
O outono costumava pulsar entre esses ares
Mas o gelo derreteu
E as montanhas escorregaram entre o vão do inverno
Não havia nada mais que enxertasse vida nas folhas alaranjadas
Porque, e é verdade, o outono costumava pulsar entre esses ares
Até que a estação mudou
E o inverno temperou o tempo em sua forma mais bruta
Você lembra?
Como o outono costumava pulsar entre esses ares?
Você lembra?
Como corríamos sem ter medo de deslizar ou se afogar?
As raízes enrijeceram
As novas passagens abertas pelo rio se congelaram
Mas o gelo iria derreter novamente
E as folhas perderão seu verde para dar espaço ao laranja vivo
Porque, apesar do inverno, insistente e constante
O outono voltará, por cada canto da floresta, como um velho visitante


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