Você era pequenininha, quase do tamanho da palma da minha mão, mas o seu pulmão tinha potência o suficiente para me fazer escutar o seu miado do outro lado da rua, o que me fez instantaneamente ir até você. Ah, e que bom que eu o fiz, assim que eu me abaixei pra te fazer carinho, você parou de chorar, e com o dengo que a partir dali lhe seria comum, começou a ronronar contra os meus dedos. Era uma grande responsabilidade, e eu, como recém adulta empregada, fiz o que pude para convencer o universo (e minha mãe) que eu podia cuidar de você, e eu consegui. Te busquei e levei ao veterinário assim que saí do trabalho, preocupada de você ter alguma doença, afinal, estava tão magrinha, e miava tanto quando estava sozinha. Mas era só fome, e Deus, como você comia. Te levei pra casa, te apresentei aos outros, e como a bravura que você sempre foi, mesmo sendo muito menor que eles, você enfrentou eles de patas abertas, sem medo nenhum. E aos poucos, você foi crescendo. O bigodinho que você tinha aumentando com você, assim como a gordurinha da sua barriga que começou a crescer assim que você foi castrada. E cada dia mais, você me fazia feliz. Você me salvava e me dava um motivo para existir, para não desistir. Você era minha âncora, minha pequena Luma Tereza. Te procurava sempre que chegava em casa, ficava preocupada quando eu deitava e você não vinha em algum momento da madrugada se deitar comigo. E mesmo hoje, que não tenho mais você, ainda te procuro. E sei que de algum lugar, você me acompanha, com os mesmo olhos amarelados e o miado baixinho e manso de sempre. Acho que mesmo que se passem 50 anos, vou sempre ter uma parte de você comigo, e mesmo que eu não consiga responder com toda a propriedade do mundo a está pergunta, de uma coisa eu tenho certeza: uma parte de você sempre morará no meu coração, e por isso, sei exatamente onde posso achar você.
Com amor, Sua orgulhosa tutora, Alison.
Alison Aguiar de Amorim : Entre poesias e fantasias eu me (re)faço.


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