Os seres, em geral, passam por transformações desde a sua concepção. E elas farão parte do seu desenvolvimento ao longo da sua existência. Nesse processo, vários fatores intrínsecos ou extrínsecos cooperarão para a relação que terão com o seu habitat e com as classes em que farão parte. Dessa forma, receberão características úteis para compreender ou buscar meios à adequação e às situações vivenciadas usualmente. Muitos conseguem alcançar a maturação gradativa e sistemática com um aproveitamento tão eficaz, que conseguem sanar ou sobrepor as intempéries de maneira inesperada. Por isso, é tão importante obter uma interação constante com o meio em que estão inseridos e aproveitar as experiências favoráveis. Porém, muitos se sentem impotentes ante às eventualidades. Nenhum indivíduo ao receber uma notícia sobre uma mudança que ocorrerá, a qual implicará em novas escolhas, novos costumes e novos posicionamentos, fica totalmente confortável. O medo, a insegurança, a desconfiança, a ansiedade gerada pela expectativa do novo, são fatores que acionam o sinal de alerta, mas o inevitável pode acontecer e decisões precisam ser tomadas.
No primeiro momento, ocorre a “explosão”, vocábulo usado pela escritora Clarice Lispector, na obra “A Hora da Estrela”, no instante em que a personagem Macabéa vê o seu namorado com Glória, a sua antagonista, e todo o sistema sensorial entra em ação. O coração acelera, e a sensação de perda e desespero diante de uma situação que causa impacto e fragilidades, toma conta do seu ser. A ruptura no cotidiano abre as portas para um novo momento ou estágio que impulsionará a descoberta de novas rotas. Nesse momento, ferramentas precisam ser empregadas para a engrenagem não parar. Ações necessitam estar engendradas nesse novo processo. E por que não mergulhar nesse universo misterioso em prol de uma sobrevivência mais significativa? É evidente quando há a possibilidade de romper e chegar a resultados mais dinâmicos e significativos também. No caso mencionado, a Macabéa sempre ficava impactada ante a novos desafios ou situações inesperadas e ficava atordoada.
A obra “Quem Mexeu no Meu Queijo?” de Spencer Johnson retrata a temática de personagens que vivem em uma comunidade, em que ratos e duendes precisam repor o estoque de queijos diariamente. Até que um dia, ao acordar, descobrem que o estoque de queijo do posto C não estava no lugar de costume. O que fazer? Decisões precisariam ser tomadas, reflexões realizadas, teriam que realinhar os papéis, avaliar os pontos positivos e negativos para solucionar o problema inesperado. Surgiu uma demanda, que precisaria ser investigada. Para cada causa há uma consequência; no exemplo citado, chegaram a um consenso em equipe. Esse exemplo mostra que o inesperado ou inevitável pode acontecer, escolhas geram consequências. Portanto, a adversidade pode acontecer numa casa, numa empresa, numa escola, numa equipe esportiva ou grupo social.
A procrastinação, o comodismo, a falta de metas e estratégias levam indivíduos a uma vida apática e sem perspectivas, a qual está fundamentada num único movimento, sem a busca de uma diferenciação. Às vezes, novos posicionamentos e a produção de projetos geram processos que necessitam de investigações, análises e pesquisas que vão além do seu campo de visão e do seu lugar seguro. Como num filme de ação sem dublê, em que a sagacidade, o estudo e o preparo, em todas as esferas, fazem com que o protagonista obtenha sucesso em suas performances, ao ponto de envolver todo o elenco e o público ao qual se destina. Grandes obras podem suscitar reflexões e reações inesperadas e adversas. Nem sempre as experiências anteriores são favoráveis a um rendimento proveitoso. Na lei da semeadura, o indivíduo colhe o que planta. As seleções sempre ganham notoriedade para a colheita ser aproveitada com sucesso.
O universo precisa de seres atuantes, envolvidos em cadeias impulsionadas por mecanismos com os insumos adequados, como numa fábrica. O óbvio já existe, portanto, a produção precisa se contínua. A observação dos detalhes pode impactar o todo. A interação bem articulada aos interlocutores pode propiciar uma comunicação bem significativa, para que a sociedade receba um novo fôlego para prosseguir, como acontece num cenário de: catástrofes, guerras, acidentes naturais e limitações conscientes ou inconscientes. Num quebra-cabeça, cada peça é fundamental para a composição do desenho. Se existem meios para aprimorar as ideias já fundamentadas, o que impede o indivíduo de recriar ou reinventar e buscar estratégias mais dinâmicas?
As etapas da vida devem ser ultrapassadas com despedidas e agradecimentos, porque não dá para se basear apenas nos paradigmas do passado, sem observar o presente e buscar novos modelos para gerir o futuro. Os sinais sempre indicam que mudanças podem acontecer a qualquer hora. Quando fica tudo estabilizado, a vida está a ponto de parar de vez. Com os avanços tecnológicos, as conexões são estabelecidas de uma maneira mais avassaladora. O que é assunto do outro lado do mundo, chega agora num piscar de olhos do lado de cá. Mares, pontes, túneis, labirintos, vales, muralhas, estradas não são mais obstáculos ou lugares intransponíveis. Na maioria das vezes, há possibilidades para alcançá-los e para usar seus benefícios da melhor forma. Basta romper com os desafios e buscar as ferramentas adequadas e necessárias no decorrer da trajetória. O pragmatismo eficaz e eficiente usado com inteligência pode levar a notáveis descobertas.
Antigamente, havia a posição da bússola, o brilho do sol, das estrelas e suas constelações, as fases da lua, o movimento da terra, das ondas, dos ventos; hoje, além das citadas, há mais possibilidades para prosseguir e interagir da melhor forma com o universo e com os seres em geral, na obtenção de saberes e conhecimentos capazes de ressignificar a beleza da vida, com ações diferenciadas e que respeitem a especificidade de cada agente em construção e em desenvolvimento constante. O comprometimento deve ser de todos com o espaço em que estão inseridos e com as ações usadas em prol da sua existência e do planeta, o qual passa por grandes mudanças a cada instante. É preciso se atentar e perceber o que acontece de dentro para fora e de fora para dentro. Cada um deve ser responsável pela atitude que tem ante às situações que acredita, recebe, vivencia e experimenta. Daí, a importância da educação desde cedo, seja assistemática ou sistemática. Assim, mudar faz parte do mistério da vida.
(Esse texto é de Rosânia Nunes Rodrigues, com bases em: “Quem mexeu no meu queijo? de Spencer Johnson ” e “A hora da estrela” de Clarice Lispector. Rosânia é de Cabo Frio, Rio de Janeiro. Professora aposentada. Lecionou 30 anos (Alfabetização, Língua Portuguesa, Literatura, Artes e Leitura e Produção Textual) em classes do Ensino Fundamental 1 e 2, do Ensino Médio e NEJA, nas redes particular e pública de Cabo Frio, também como gestora escolar e dirigente de turno. Graduada em Letras: Português/ Literatura – FERLAGOS. Especialista em Língua Portuguesa – FERLAGOS/UFF. Especialista em Literatura Infantil e Juvenil – UFRJ. Concluiu o Curso de Teologia 1º e 2º ciclos – EETAD. Concluiu a Capacitação Técnica em Missão Transcultural – Centro de Treinamento Kairós SP. Atualmente, estuda Especialização em Terapia Sistêmica – Instituto Logos – RJ É Mestranda em Educação pela Logos University Internacional – Unilogos.)
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