A única foto sua que me restou
É seu aniversário mas não tem festa
Não me recordo se alguma vela soprou
Você “se foi” eu era uma menina singela
Eu tentei estar aí mas você me calou
Podou meu afeto; se prendeu na cela
Três tapinhas no ombro e vai; magoou
O afago na orelha; a lembrança que sobrou
Te “regalei” descendentes e desdenhou
Filhos dos filhos; quem não se alegra?
Achei que ia querer ser chamado de avô
Ora, se mal o chamei de “pai”; via de regra
Não é sobre estar perto o tempo todo
É ser presente até distante
Não é sobre o lugar onde se encontra
É ter lugar no coração a todo instante
O sentir não é para dentro
Ele caminha em direção a quem sente
A reciprocidade é o epicentro
Indiferença afasta a gente
Eu lutei bastante; até quando pude
Só queria de ti mesmo o abraço
O “material” nunca; e até hoje não me ilude
Só queria mesmo era manter o laço
Hoje escrevo com o coração tranquilo
Já limpei o espaço que ocupou e feriu
Palavras doloridas; já me perdoei daquilo
Que de ti Deus se encarregue do perdão que não pediu
O dia que a vida te levar embora
talvez eu não esteja ao seu lado
mas pelo menos coloquei pra fora
em versos o que estava guardado
O dia em que for embora daqui
Se a despedida não for possível
Deixo o “Vá com Deus” por aqui
E guardo seu amor invisível
Josileine Pessoa F Gonçalves
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