Há quem vague por entre sombras frias,
carregando nos ombros o fardo pesado
de um mundo sem cor, sem luz, sem alegrias,
um véu de amargura a tudo atado.
Para essas almas, tudo é desfeito:
o riso é fraco, o sonho é vão,
cada vitória carrega um defeito,
cada esperança se perde em vão.
São os que olham o sol com desdém,
dizendo queimar o que deveria aquecer,
e no azul do céu veem a sombra que vem,
prometendo a tempestade por acontecer.
Na brisa suave, sentem a ameaça,
na flor que brota, enxergam espinho.
E cada gesto de amor ou de graça
é sempre pesado, incerto, mesquinho.
Habitam um mundo onde o brilho é opaco,
onde cada cor é fraca e sem vida,
onde a beleza se torna um estorvo fraco
e a alegria parece ferida.
Mas sigo meu passo, firme e constante,
buscando no riso a força que alento.
Deixo para trás o peso ofegante
de quem carrega só desalento.
Pois há luz onde se quer ver cor,
há sol onde o olhar se aquece,
e o mundo responde ao calor do amor
para quem, na esperança, se oferece.
Assim me protejo desse nevoeiro,
abraço o brilho do meu caminho;
pois, na vida, quem sonha é o guerreiro,
e o sorriso é um lume que vence sozinho.
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