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Flor valiosa

I

A flor era valiosa

Por tão maravilhosa

Ser sempre conferida

Por quem a tinha preferida

Sobre outras mais

Que até pareciam iguais.

Obviamente que eram distintas

Para quem era perito

Em fazer profunda análise

Com todo o requisito

Perante quem lhe disse

Faltarem as correctas tintas

Para serem ludibriados

Os que iriam agitados

Em busca da autêntica

Flor, sem outra idêntica

Como a preciosidade

De maior originalidade.

Tudo ficou resolvido

E melhor fingido

Para que a riqueza

Em flor sem comparação

Possível de se ter como visão

Tivesse eficaz defesa

Quando ficasse isolada

Apenas acompanhada

Por flores em demasia

Para a esperada confusão

Em quem iria na função

De lhe dar subtracção

No tão aguardado dia

Não como ocasião desejada

Mas sim numa incidência

Que teria inevitável cedência

Por ser evidência

Que não poderia ser evitada.

II

O tal dia chegou

E tanta flor, baralhou

Quem ia em missão

De localizar a tal

Preciosa sem igual.

Levava mapa do recinto

E manual atado ao cinto

Para estar à mão

Quando precisasse de lição

Ou esclarecimento

Para o dado momento.

Foi necessária instrução

Para avançar no salão

Onde as flores controlavam

Quem as rondavam

Procurando a genuína

Como flor tão fina

E elegante, com a discrição

Adequada à situação.

O manual foi solicitado

Mas vinha bem fechado

E não foi consultado

Com a rapidez ansiada

Havendo uma floreal troca

De posições imediata

Que foi uma bela troca

Nos sentidos confundidos

Dos sujeitos nada esclarecidos

Pois o manual era antigo

E não foi real amigo

Ao não ajudar os perdidos

Que viram tanta flor

Mas estavam sem preparação

Para demasiada cor

A servir de protecção

Em todas elas

Como resguardadas em celas

De alta segurança

Sempre em desconfiança

Pelo par visitante

Que se chegou mais adiante

Com truque em novidade

Que as deixou em perplexidade

Sobre o que iria suceder

Não sem antes rever

Em suas anotações

Como par em confusões

Sobre a melhor direcção

Para fazer remoção

De tinta inesperada

Que não estava apontada

Como possibilidade

Nas instruções trazidas

Sem grande habilidade

E já com feridas

Por deficiente utilização

Dos utensílios em aplicação.

III

As flores bocejaram

E rapidamente acertaram

Nova mexida

Que passou despercebida

Enquanto outros conferiam

E até riam

Perante o que viam

No monitor de vídeo

Ligado por um fio

A outro equipamento

Que permitia a contento

O baralhar certeiro

Das flores em seu canteiro

Enquanto a equipa atarantada

Tinha de fazer substituição

De pilha em lanterna

Outra situação externa

À anterior planificação.

IV

«Mas que filme em exibição!»

Pensou ela numa exclamação

Que apesar de interior

Foi notada por quem, ao redor

A envolvia na escuridão

Do cinema ao ar livre

Com o par na tela

A dizer: «Deus nos livre!»

Fugindo pela janela

Antes que a agente

Chegasse lá acima

Armada da cintura para cima

Conforme tinha avisado

O colega então posicionado

Lá em baixo como indiferente

Compadre que sumiu

Para salvar sua pele

Pois perigo pressentiu

Bem perto dele.

V

As flores sossegaram

E contentes ficaram

Por ganharem tranquilidade

Em seu espaço de verdade

Enquanto os que tinham

Vídeo e diversões

Nas citadas manipulações

Que os entretinham

Naturalmente sabiam

Que o filme terminaria

Dali a instantes

Enquanto a gente ainda ria

E a agente já subia

Em passos vigorantes

Até ao nobre salão

Das flores em exposição

No museu que foi cenário

Do final em filmagem

Que teve sua imagem

Como desenlace necessário

Na tela observada

Pela multidão agrupada

Em recinto improvisado

Mas bem equipado

Com a melhor organização

Que foi possível

Ter em bom nível

Naquele longo serão.

VI

A visita ao museu

Em grupo, continuava

E a turma percebeu

Que depois da sessão

Haveria outro salão

Onde se encontrava

Tanta flor arrumada

Em cristal espelhada

Ou porcelana admirada

Faltando ser avistada

Mais de perto pela maravilhada

Turma, em aula identificada

Como de visita em estudo

Com um enriquecedor conteúdo.

VII

A professora acorda

Sua aluna predilecta

Sem evitar que morda

O lábio inferior

Como jovem sobressaltada

Que saiu de anterior

Introspecção anotada

Pela idosa senhora

Fitando sua neta

Que lhe diz agora

Ter estado a sonhar

No seu vagar

Durante a aula do dia

Com enredo de fantasia.


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Criada em 2020 pelo professor e poeta Renato Cardoso, a Revista Entre Poetas & Poesias é um periódico digital dedicado à valorização da literatura e da arte em suas múltiplas expressões. Mais que uma revista, é um espaço de conexão entre leitores e autores, entre a sensibilidade poética e a reflexão cotidiana.

Registrada sob o ISSN 2764-2402, a revista é totalmente eletrônica e acessível, com publicações regulares que abrangem poesia escrita e falada, crônicas, ensaios, entrevistas, ilustrações e outras formas de expressão artística. Seu objetivo é tornar a arte acessível, difundindo-a por todo o Brasil e além de suas fronteiras.

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