Essa semana ouvi essa frase vinda de um pequeno filósofo de apenas 2 anos de idade.
Pois é, em meio a troca de roupa após o banho, meu filho Renato Francisco colocou o dedinho no rosto, suspirou, olhou para o alto, e muito pensativo concluiu para mim: “A vida é um vaga-lume”
De imediato eu sorri, acenei com a cabeça concordando e seguimos em frente para colocá-lo na cama.
Mais tarde fiquei refletindo sobre aquela frase do meu menino que ecoava na minha cabeça e que tantas coisas me fez refletir.
O vaga-lume quando se acende ilumina até o ambiente mais denso de escuridão, depois se apaga, seguindo um ritmo entre reluzir e apagar-se.
Pensando bem, não é que a vida é mesmo assim?
Tem dias que acordamos reluzentes, alegres, iluminados!
Noutros dias estamos macambúzios, desejando nos camuflar ao escuro do nosso quarto em meio ao edredom, totalmente apagados para o resto do mundo.
Quando estamos felizes, parece que nos reluz a iluminação da vida, mas quando a tristeza bate, nossos olhos fechados a chorar não visualizam nada mais do que vasta escuridão.
Você tem notado que os vaga-lumes estão cada vez mais escassos?
Assim também está escassa nossa vida real, o olho no olho, a vivência no tempo presente com a intensidade e com a demora aprazível de cada momento; bem como a vivência dos lutos e dores que precisam ser digeridos, não postos para debaixo do tapete por ser abolida a possibilidade de sentir dor.
A nossa sociedade está estimulando uma massa a prosseguir em modo zumbi, repleta de vícios que estagnam e apodrecem a cérebro de forma real, prendendo-nos em uma teia virtual cada vez mais subversiva em que, de forma submersa, não alcançamos a luz de viver em plenitude.
Desta forma, assim como os vaga-lumes, a vida tal qual foi criada por Deus, com sentimentos, dores, tristezas, alegrias, e amores tem se tornado esporádica, e embora o mundo gire cada vez mais veloz como disse o cantor Lenine em sua canção nomeada “Paciência”, ser de verdade, resiliente e com alma tem se tornado cada vez mais raro, como ver um vaga-lume.
Assim vamos permeando nossa vivência as vezes brilhante, outras vezes escura, mas a única certeza é a de que nada é contínuo, somente a inconstância… e entre a inconstância de não saber o que vem pela frente, prefiro pensar que a vida sempre volta a brilhar.
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