“Entendemos” bem a função do entretenimento para a sociedade. Aquele respiro, aquele riso momentâneo para aguentar o choro do ano inteiro e o circo do descaso segue “mordendo e assoprando”
Josileine Pessoa
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Meu nome é Karoll Barcellos, tenho um filho autista nível 2 de suporte, e um bebê de 3 anos. Venho aqui para um…
“…Desabafo mais uma vez, porque se eu não falar eu vou pirar. Mais uma vez o serviço público de saúde, mostrando a que veio.
Meu filho faz a terapia no CAPS (Centro de atendimento psicossocial) ali de São Gonçalo.
E hoje a terapeuta responsável por ele veio me dizer para que eu procurasse um outro lugar para o tratamento do meu filho, pois o grau dele é leve e lá eles dão prioridade às crianças com nível mais elevado de suporte, e disse: Como você vê na recepção. Segundo a terapeuta, ele precisa de T.O (Terapia Ocupacional) e ali não tem. E essa seria a maior dificuldade dele no momento.
Mas me disse que, para ele não ficar sem atendimento, iria atendê-lo de 15 em 15 dias por enquanto e mais para frente ia colocá-lo 1 vez por mês, me indicou a dar um “jeito” de fazer um plano de saúde novamente para ele.
Cara, eu dispensei a Caverna de Adulão (Local onde meu filho tratava antes) por ser longe de casa e eu fiquei com medo de não ter o dinheiro da passagem para levá-lo lá e me decepcionar! Estou me sentindo uma burra!
Vontade de jogar tudo para o alto e não levá-lo a lugar nenhum, esconder ele do mundo!
Me sinto culpada por ter tido 2 filhos, se eu soubesse que ia ser desse jeito não tinha nenhum.
Tinha feito o possível e o impossível para não tê-los ou se pelo menos eu soubesse que o meu mais velho ia ser assim não tinha tido outro! Não consigo trabalhar porque não tenho com quem deixar meus filhos, já tentei vender um monte de coisa e nunca dá certo.
No final tenho limitações também que não consigo mudar porque nem tenho o meu diagnóstico de autismo, por ser absurdamente caro fazer uma avaliação neuropsicológica.
E agora eu estou sofrendo com uma coisa super boba!
É isso ! Viva o SUS!
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Depoimento recolhido e autorizada postagem pela autora.
A Karoll é uma das muitas mães que vivem essa realidade. Seu sofrimento não é “bobo”. É perfeitamente justificável. Seguimos na luta.
OBS: Obrigada pelo seu depoimento.
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