Palavras nascem como sopros no ar,
Leves, simples, querendo voar.
Mas no caminho encontram muralhas
E o que é dito já não se espalha.
O som que parte com tanto cuidado,
No ouvido do outro chega truncado.
Frases suaves se tornam cortantes,
O que era um carinho, vira um rompante.
Tentamos falar o que o coração dita,
Mas a língua falha e a mente complica.
Entre o que se diz e o que se escuta,
Há um abismo, uma estrada abrupta.
A intenção que era pura, cristalina,
Se desfigura na linha fina.
Cada palavra mal interpretada,
Gera uma guerra não declarada.
O eco da voz é distorcido,
O que era paz se torna ruído.
E no caos da comunicação,
O silêncio ganha a razão.
Palavras mal-entendidas,
Carregam fardos de vidas perdidas.
O que era simples se torna complexo
E o entendimento se afasta, perplexo.
Resta o desejo de ser compreendido,
Mas a linguagem torna-se um gemido.
O que foi falado, o que foi calado,
Se misturam num jogo pesado.
No fim, talvez seja a alma a falar,
Em gestos, olhares, no modo de estar.
Pois na ausência das palavras erradas,
O coração encontra suas estradas.
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