Na minha vida sempre me perguntava: “Porque sou assim?” e em muitas situações percebia que as pessoas falavam às vezes que eu era meio “grosso” ou “rude” nas respostas. Quando tinha 23 anos de idade passei por uma avaliação psicológica e na época não falavam muito de autismo, mas lembro das palavras da psicóloga no laudo dizendo que eu era metódico, que as minhas amizades eram quase que “calculadas” e era rígido em muitos comportamentos. Porém somente depois de ser médico e ter 48 anos de idade que fui diagnosticado pelo Dr. Francis da Silveira, de Síndrome de Asperger, Autismo Leve, associado a TDAH. E isto ajudou a entender muitas coisas!
No dia 18 de fevereiro, celebra-se o Dia Internacional da Síndrome de Asperger, destacando a conscientização sobre o autismo, especialmente na vida adulta. Até 2013, no DSM-IV, era vista como distinta, a Síndrome de Asperger agora integra o Transtorno do Espectro Autista (TEA) em classificações como o DSM-5 e a CID-11, refletindo um espectro contínuo com variações individuais. Muitos adultos descobrem o autismo tardiamente, trazendo alívio e explicações para desafios sociais e emocionais enfrentados. Entre mitos comuns, destaca-se que autistas não querem interações ou não necessitam de apoio, o que é impreciso, pois muitos desejam conexões e precisam de ajustes no ambiente.
O autismo adulto na vida adulta pode impactar aspectos como trabalho e relacionamentos, mas adaptações facilitam essa jornada:
- Ambiente de trabalho inclusivo: Benefícios da diversidade cognitiva em locais de trabalho que adotam flexibilidade e respeito.
- Relacionamentos compreensivos: Entendendo o autismo, relações tornam-se mais harmoniosas.
- Autoconhecimento e apoio: Terapia e grupos de apoio fortalecem a autoestima.
Para Promover a Inclusão?
- Educação: Informar-se sobre autismo ouvindo as vivências de pessoas autistas.
- Compreensão: Evitar julgamentos, pois muitas dificuldades não são visíveis.
- Suporte e acessibilidade: Promover ambientes de trabalho adaptados e respeitar limites sensoriais.
Reconhecer o autismo na vida adulta é vital para uma sociedade inclusiva. Compreendendo que o autismo persiste além da infância, criamos um espaço de dignidade e respeito, onde cada indivíduo pode ser ouvido e valorizado.
(Esse texto é de Uanderson Pereira da Silva, Ph.D., é pastor e médico com CRM-PR 50845 e CRM-SC 377330, especializado em Medicina de Família e Comunidade RQE-PR 35324 / RQE-SC 26070. Diretor do Departamento de Neurociências e Desenvolvimento Humano na Unilogos. Doutorado: em Educação, Ciências da Saúde, Ciências Biomédicas e Teologia. Uanderson é membro de diversas associações médicas e psicológicas internacionais e nacionais. Ele também é professor, pesquisador em comportamento humano e neurociências, palestrante e escritor. Mais informações em www.druandersonsilva.com.br.)
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