Dentro de mim há um tumulto,
uma tormenta que não cessa,
como se o tempo fosse um vulto
e eu, prisioneiro da pressa.
Meus pensamentos são labirintos,
correndo por becos sem fim,
tateando entre medos extintos
e aqueles que moram em mim.
Há dias em que tudo é neblina,
como se o mundo fosse um sonho,
e eu, vagando em surdina,
buscando o que há de risonho.
Mas a confusão me abraça,
com seus braços invisíveis e frios,
me fazendo perder a graça
dos dias que antes eram rios.
Rio de águas tranquilas e puras,
agora turvas de incertezas.
Nas correntezas, misturas
de angústias e fraquezas.
Minha mente, palco de guerra,
onde batalhas não têm fim,
cada dúvida é uma serra
que corta o que há em mim.
Procuro a paz em meu peito,
mas ela é esquiva, distante,
e sigo assim, desse jeito,
numa dança desconcertante.
E em cada passo incerto,
uma parte de mim se encontra,
no deserto do que é secreto,
meu coração se apronta.
Porque, em meio ao caos interno,
há uma chama que não morre,
um desejo quase eterno
de que a confusão não dure.
E quem sabe, depois da tormenta,
haja calmaria e clareza,
onde a alma, enfim, se assenta,
e o caos vira beleza.
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