Sabe aquela história que não teve um final feliz, mas que de vez em quando volta à sua cabeça? Aquela pessoa que marcou sua vida, e você se pergunta: “E se…?”. A música Nosso Quadro, da Ana Castela, fala exatamente sobre isso. Não é só uma canção sertaneja, é um retrato de um sentimento que todo mundo já viveu: a saudade de algo que poderia ter sido, mas ficou só na imaginação.
Nosso Quadro
Todo mundo tem um amor que quando deita e olha pro teto
Vem a pergunta: Será que se fosse hoje a gente dava certo?
Um episódio que nunca vai ser lançado, um álbum incompleto
Uma história que parou pela metade, cê imagina o resto
É saudade que toma, que toma
Que toma conta de mim
E não me dá remorso, nem raiva
Nem ódio, dá pena do fim
Agora o nosso quadro casando na igreja
Não vai ser pendurado, só existe na minha cabeça
Nós dois tocando o gado, a filha boiadeira
Nossa vida no mato só existe na minha cabeça
Vai ser amor mesmo não sendo a vida inteira
Vai ser amor mesmo não sendo a vida inteira
Tem coisas que nem querendo a gente esquece
Final do ano de 2017
Eu começando odonto e você na vet
A sua camisa jeans na minha caminhonete
Os meus amigos perguntam que fim cê levou
O meu pai não desiste, ainda quer ser vovô
O tempo não foi tão legal com nós dois
Podia ter sido, mas não foi
Agora o nosso quadro casando na igreja
Não vai ser pendurado, só existe na minha cabeça
Nós dois tocando o gado, a filha boiadeira
Nossa vida no mato só existe na minha cabeça
Vai ser amor mesmo não sendo a vida inteira
Vai ser amor mesmo não sendo a vida inteira
Composição: Marco Carvalho / Rodolfo Alessi. (Fonte: Site Letras)
Um Amor Que Ainda Vive na Cabeça
O jeito como o eu-lírico fala desse amor tem tudo a ver com um perfil de comunicação que eu chamo de Orador. Quem tem esse traço sente tudo intensamente, se entrega, quer conexão, quer ser ouvido. Mas, às vezes, essa intensidade esbarra em um mundo que nem sempre responde do jeito que a gente gostaria. O resultado? Uma saudade sem rancor, uma lembrança cheia de carinho e um tanto de e se….
Logo no começo, a música já nos joga nessa atmosfera nostálgica: “Todo mundo tem um amor que, quando deita e olha pro teto, vem a pergunta: será que se fosse hoje a gente dava certo?”. Quem nunca teve essa dúvida, né? Essa pergunta não fica só no passado, ela abre espaço pra imaginar o futuro que não aconteceu.
Detalhes que Fazem a Diferença
Outro ponto forte do perfil Orador é a riqueza de detalhes. O eu-lírico não fala do amor de um jeito genérico. Ele lembra o ano exato, os cursos que cada um fazia, a camisa jeans, a caminhonete. É como se cada pedacinho daquela história tivesse ficado gravado na memória, como uma fotografia emocional que nunca desbota.
Mas o mais interessante é que a música não se prende só ao que foi vivido. Ela também pinta um futuro que nunca existiu, mas que, de alguma forma, continua vivo na mente do eu-lírico: “Agora o nosso quadro casando na igreja não vai ser pendurado, só existe na minha cabeça.” Esse é um dos traços mais bonitos da comunicação de quem sente de forma intensa: a capacidade de imaginar, sonhar e, às vezes, viver mais na possibilidade do que na realidade.
Vai Ser Amor Mesmo Não Sendo Pra Sempre
A parte mais marcante da música é essa aceitação de que, mesmo sem ter dado certo, esse amor existiu e foi real. “Vai ser amor mesmo não sendo a vida inteira.” Olha que forte isso! Nem todo amor precisa durar para sempre pra ser verdadeiro. Algumas histórias não precisam de um final feliz pra terem valido a pena.
E é aí que entra um outro traço forte no eu-lírico dessa música: o lado Organizador. Esse traço busca entender, analisar, encontrar lógica no que aconteceu. O eu-lírico tenta juntar os pedaços da história e entender por que as coisas tomaram o rumo que tomaram. Ele relembra detalhes do passado, refaz mentalmente os caminhos que levaram ao fim e, mesmo sem ter todas as respostas, aceita que nem tudo precisa ser resolvido. Quem nunca se pegou revivendo uma situação e pensando: “Onde foi que eu errei?”. Mas, no fim, a resposta pode não importar tanto assim. O importante é que foi amor. E, às vezes, isso basta.
O Que Essa Música Nos Ensina Sobre Comunicação?
A forma como falamos e sentimos tem muito a ver com nossos padrões de comunicação. Algumas pessoas expressam suas emoções de forma intensa, cheia de detalhes e saudade, como o eu-lírico dessa música. Outras são mais práticas, seguem em frente sem olhar pra trás. Nenhuma forma está certa ou errada, são apenas jeitos diferentes de lidar com as histórias que a vida escreve.
Se você se identifica com essa forma de sentir e se expressar, talvez tenha um pouco desse traço Orador em você. E tudo bem! Todos nós temos em maior ou menor medida. E cá para nós, o mundo precisa de quem sente fundo, de quem guarda lembranças e de quem transforma saudade em arte!
Nem Tudo Se Apaga
A música Nosso Quadro nos lembra que algumas histórias nunca saem da nossa cabeça. Mas, mais do que isso, ela nos mostra que lembrar não é sofrer. É só um jeito de reconhecer que, mesmo que algo não tenha durado, teve valor. E isso, por si só, já é bonito.
E você? Tem um “nosso quadro” na sua cabeça? Conta pra mim lá no Instagram @camilaslourenco.
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