OU O TEU SILÊNCIO
Christian Dancini.
Teu frêmito divagando proporcionalmente em um quilômetro por hora.
Teu silêncio rebenta costa-dentro; como se, luzindo, velejasse o mar
das minhas esperanças; como se escalasse as montanhas da perdição.
Este é o fim, não há nada além de névoa e trevas, matéria escura e gritos
de crianças perdidas. Este é o fim de algo que nunca começou, mas também
o começo de algo que nunca irá terminar e sim, como uma metamorfose, flutuará
para dentro dos meus poemas, pungentes. As loucuras das casas que ardem
de saudade; a vida que nos deixa a cada suspiro;
a poesia que substitui o revólver.
Tua constante intermitência me aflige, agressiva. E como um soldado ferido
por uma bala voraz, eu sangro pela boca, o sangue toma forma e,
rígido, se transmuta em palavras; palavras estas, com agorafobia.
Tombo, deste para outro mundo. E meu lar é agora o assovio dos pássaros,
que convergem em direções opostas,
para acabar com a palavra,
e recriar as velas que incendeiam um abismo profuso,
como um chão a ceder; em pé, só.
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