Os olhos, guardiões de um mundo desbotado,
vacilam diante da luz que insiste em brilhar.
O corpo, tão meu, parece alheio,
um campo de batalhas que não sei como vencer.
Cada gesto se arrasta, cada palavra hesita,
e até o silêncio se faz opressor.
O peso do cansaço não é apenas no corpo,
mas no espaço invisível entre o ser e o existir.
Sonhos repousam em gavetas esquecidas,
esperando a coragem que não vem,
e a esperança, por vezes, se esconde
nas frestas do tempo, tão breve, tão tênue.
Mas, ainda assim, há algo que resiste,
uma força tímida, uma centelha, um sopro.
O cansaço é vasto, mas não é infinito,
e no coração que tropeça, pulsa um grito.
Grito de quem carrega o fardo do mundo,
mas sabe que no fundo, há descanso à espreita.
Pois cada noite, por mais densa e sombria,
esconde um amanhecer que pede poesia.
Gostou?! Então, assine, gratuitamente, a nossa newsletter e receba, no seu e-mail, as publicações da revista.


Deixe um comentário